Donald Trump concede entrevista de dentro de um caminhão de lixo, em Green Bay, Wisconsin (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 07h24.
Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 07h28.
Vestindo um colete laranja fluorescente, o candidato à Casa Branca, Donald Trump, subiu em um caminhão de lixo, aproveitando-se de um deslize do presidente Joe Biden em uma fala sobre os apoiadores do republicano.
"O que vocês acham do meu caminhão de lixo? Este caminhão é uma homenagem a Kamala e Joe Biden", disse Trump na quarta-feira, 30, enquanto ocupava o banco do passageiro do veículo, referindo-se primeiramente à sua adversária nas eleições.
A polêmica começou com os republicanos, após um dos participantes de um comício de Trump em Nova York dizer que Porto Rico é como "uma ilha flutuante de lixo". Ao comentar o assunto, Biden disse: “O único lixo que vejo flutuando por aí são seus apoiadores. Sua demonização dos latinos é inconcebível e antiamericana”.
Mais tarde, na rede social X, Biden tentou minimizar a questão e explicou que se referia "à retórica odiosa sobre Porto Rico lançada por um apoiador de Trump".
Pouco adiantou. O comentário se tornou um trunfo para Trump e uma pedra no sapato da vice-presidente do pais, adversária eleitoral do magnata republicano.
"Joe Biden finalmente disse o que ele e Kamala realmente pensam sobre os nossos apoiadores. Ele os chamou de lixo", afirmou Trump hoje em comícios na Carolina do Norte e no Wisconsin.
"Minha resposta para Joe e Kamala é muito simples: você não pode governar os Estados Unidos se não ama os americanos", disse o republicano, que considera seus apoiadores "o coração e a alma" do país.
Durante o comício no Wisconsin, Trump vestia o colete sobre uma camisa branca e gravata vermelha. Ele disse para o público que iria tirar o colete, mas que mudou de ideia quando comentaram que a peça fazia ele parecer "mais magro".
O republicano comparou a situação com a vez em que Hillary Clinton, sua adversária eleitoral em 2016, afirmou que metade dos apoiadores do republicano eram "deploráveis". “Fomos chamados de intolerantes, racistas, deploráveis, fascistas, irredimíveis, nazistas, e me chamaram de Hitler", queixou-se hoje.
'Não sou um nazista', defende-se Trump às vésperas das eleiçõesA seis dias das eleições presidenciais, aumenta o receio de que Trump não aceite o resultado das urnas, como ocorreu em 2020. Mais cedo, ele denunciou o que chamou de "trapaças" na Pensilvânia "em uma escala nunca vista". O estado é um dos que decidirão o resultado das eleições da próxima terça-feira.
Na véspera, o ex-presidente havia afirmado nas redes sociais que “coisas muito feias” estavam acontecendo na Pensilvânia, onde o republicano perdeu por 80 mil votos em 2020. Ele pediu que a polícia faça "o seu trabalho sem demora".
Na última sexta-feira, autoridades judiciais de um condado da Pensilvânia anunciaram uma investigação sobre um lote de 2.500 solicitações de inscrição eleitoral que continham informações de identidade incorretas. Verificações estão sendo feitas em outros condados, segundo a imprensa local.
Durante o comício na Carolina do Norte, Trump disse que, “se Deus descesse" para fiscalizar a apuração, ele poderia vencer na Califórnia, um reduto dos democratas.
O candidato voltou a atacar os veículos de comunicação: “A outra coisa de que precisamos é de uma imprensa honesta e respeitada. Não temos."
Kamala também esteve na Carolina do Norte. “Lutamos por uma democracia e, ao contrário de Trump, não acho que as pessoas que discordam de mim sejam o inimigo. Quer colocá-las na prisão. Eu lhes darei um lugar à mesa", afirmou a ex-promotora em seu comício.
A candidata democrata prometeu “colocar o país acima do partido", uma mensagem que repetiu na Pensilvânia horas mais tarde. À longa lista de artistas que apoiam a vice-presidente, somaram-se o ator e ex-governador republicano da Califórnia Arnold Schwarzenegger.
Kamala fará um comício ainda hoje em Wisconsin.