Trump já suspendeu as admissões de refugiados durante meses em 2020 (Getty Images/AFP)
AFP
Publicado em 1 de outubro de 2020 às 06h57.
O governo do presidente Donald Trump anunciou uma nova redução da cota de refugiados admitidos nos Estados Unidos, com o limite de 15.000 pessoas em 2021, uma medida adotada com o pensamento voltado para a eleição de novembro.
O Departamento de Estado fez o anúncio na quarta-feira à noite, 30 minutos antes do início do ano orçamentário de 2021, no dia 1 de outubro, respeitando no limite o prazo estabelecido pela lei.
Nos próximos 12 meses, o máximo de 15.000 refugiados poderão ser admitidas no país, exceto em caso de mudança na administração, contra os 18.000 refugiados autorizados este ano.
Este é o menor número autorizado em um ano e representa uma quantidade ínfima na comparação com as 100.000 pessoas recebidas anualmente durante a administração do presidente anterior, Barack Obama.
Donald Trump, que transformou a luta contra a migração em uma de suas prioridades, já suspendeu as admissões de refugiados durante meses em 2020, com o pretexto da pandemia de covid-19.
Ao apresentar a medida, o Departamento de Estado argumentou que Washington busca ajudar os refugiados "o mais próximo possível de suas casas", para que possam retornar.
"Ao nos concentrarmos em primeiro lugar em acabar com os conflitos que provocam os deslocamentos e em fornecer ajuda humanitária no exterior para proteger e ajudar as pessoas deslocadas, podemos prevenir os efeitos desestabilizadores dos deslocamentos nos países afetados e em seus vizinhos", afirma um comunicado.
O Departamento de Estado mencionou a necessidade de uma "solução diplomática" na Venezuela, onde Washington tenta retirar do poder o presidente Nicolás Maduro, por considerar fraudulenta sua reeleição em 2018.
Quase cinco milhões de venezuelanos fugiram do país desde 2015 devido à crise política e econômica.
Em uma viagem pela América do Sul na semana passada, o secretário de Estado, Mike Pompeo, visitou refugiados venezuelanos e elogiou o fato de que Colômbia e Brasil recebam estas pessoas.