Combatentes antigovernamentais viajavam na caçamba de uma caminhonete na cidade de Suran, entre Aleppo e Hama, em 3 de dezembro de 2024. (Bakr ALKASEM/AFP)
Redação Exame
Publicado em 8 de dezembro de 2024 às 09h17.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou neste domingo, 8, a queda do governo sírio depois da captura rebelde de Damasco. Em postagem na plataforma Truth Social, o republicano atribuiu a troca de poder a um suposto recuo da Rússia na proteção do regime aliado de Bashar al-Assad, cujo paradeiro é desconhecido.
"Assad foi embora. Ele fugiu do seu país. O seu protetor, a Rússia, liderada por Vladimir Putin, já não estava interessado em protegê-lo", escreveu Trump. "Em primeiro lugar, não havia razão para a Rússia estar lá (...) Eles perderam todo o interesse na Síria por causa da Ucrânia".
Um dia antes, o Trump usou sua rede social para negar que os Estados Unidos poderiam se envolver no conflito na Síria. "A Síria é um desastre, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não deveriam ter nada a ver com isso. Esta não é a nossa luta. Vamos deixar (a situação) evoluir. Não vamos nos envolver", escreveu na ocasião.
Trump disse que a Rússia está "enfraquecida" em meio à guerra contra a Ucrânia. O mesmo acontece com o Irã, que está em conflito com Israel. Trump citou o número de soldados mortos desde o início da ofensiva russa e apelou a um cessar-fogo imediato entre Kiev e Moscou. Paralelamente, a Casa Branca afirmou que o governo de Joe Biden acompanha "com atenção" os "extraordinários acontecimentos" em curso na Síria.
Com a tomada de Damasco pelos insurgentes sírios, a influência da Rússia e do Irã na região sofre um impacto significativo, minando o poder desses aliados cruciais que sustentaram Assad durante os momentos mais críticos do confronto. Já no domingo, a Press TV iraniana informou que sua embaixada na capital também foi tomada pelos rebeldes logo após a conquista da cidade.
Em um momento histórico para o Oriente Médio, forças rebeldes síriasanunciaram a queda do presidente Bashar al-Assad após conquistarem o domínio de Damasco no domingo, colocando um ponto final no regime autoritário de sua família após mais de 13 anos de conflito interno.
De acordo com a Reuters, dois altos oficiais do exército sírio afirmaram que Assad teria deixado a cidade em um avião, quando a ofensiva ainda se aproximava da capital. No entanto, no sábado, a presidência negou a informação e autoridades iranianas - fortes aliadas do regime autoritário sírio - reforçaram que o presidente e seus familiares não fugiram da capital ou do país.
O fato é que, até o momento, o paradeiro exato de Assad, conhecido por suprimir de forma violenta qualquer manifestação de oposição, permanece desconhecido. E segundo a Al Jazeera, ele não é visto há dias no país.