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Trump perde apoio entre republicanos por reforma migratória

Quatro senadores republicanos do grupo de parlamentares responsável por redigir a reforma migratória de 2013 criticaram duramente o empresário

Trump: 55% dos senadores republicanos que apoiaram a reforma migratória apresentada em 2013 deram as costas para Trump (Jonathan Ernst / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2016 às 22h24.

Tucson - A perda de apoios sofrida pelo candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, por parte de líderes do partido nas últimas semanas é ainda mais notável entre aqueles que apoiaram uma reforma migratória integral no país.

Quatro senadores republicanos do famoso Grupo dos Oito, formado por parlamentares de ambos os partidos e responsável por redigir a reforma migratória de 2013 criticaram duramente o empresário e, inclusive, chegaram a anunciar que não mais o apoiarão.

Um deles, o senador da Carolina do Sul e um dos pré-candidatos derrotado por Trump nas eleições primárias republicanas, Lindsey Graham disse em entrevista à Agência Efe que "não pode seguir o mesmo caminho pelo qual Trump está levando o partido"

Considerado um dos políticos mais moderados de seu partido, Graham se mostrou contrário ao plano migratório que Trump apresentou oficialmente em agosto no Arizona, classificando o projeto de "tolo" e "ilegal".

Entre outras medidas, o empresário propõe a construção de um muro ao longo da fronteira com o México, assim como o estabelecimento de uma força de deportação em massa.

"Sua proposta tem muitas falhas constitucionais, não é algo prático", criticou Graham.

Outros dois membros do Grupo dos Oito, Jonh McCain e Jeff Flake, ambos senadores republicanos pelo Arizona, também decidiram dar as costas a Trump depois das novas polêmicas envolvendo o magnata.

"Além das minhas conhecidas diferenças com Donald Trump em suas políticas, questionei também seu caráter", disse McCain, derrotado por Barack Obama em 2008, em entrevista à Efe.

McCain indicou que, anteriormente, apoiou Trump à presidência porque, como ex-candidato à Casa Branca, crê na importância de respeitar o fato de o empresário ter vencido as primárias do partido.

No entanto, disse não poder mais respaldar o polêmico empresário até porque não tem responsabilidade pela escolha.

No último sábado, McCain anunciou oficialmente que iria retirar seu apoio a Trump depois da divulgação de um vídeo de 2005, no qual o candidato insinua que pode acariciar mulheres de forma inapropriada, sem consentimento, por ser uma "estrela".

Com a decisão, McCain se uniu a Flake, que disse através do Twitter que os republicanos não devem estar de acordo com Trump "ameaçando com a prisão seu oponente depois as eleições".

O senador se referia à declaração de Trump no segundo debate presidencial exibido pela televisão, quando o empresário afirmou que prenderia Hillary Clinton, sua adversária democrata, caso fosse presidente, devido ao escândalo dos e-mails da rival.

Em outra mensagem, Flake pediu que Trump deixe a disputa.

O Grupo dos Oito, cujo projeto de reforma migratória não chegou a ir a votação na Câmara dos Representantes pela rejeição da bancada republicana, também era formado pelo senador Marco Rubio, outro que participou das primárias do partido e que tem criticado Trump duramente nos últimos meses, porém, sem deixar de apoiá-lo.

Rubio, que não respondeu ao pedido da Efe de fazer comentários sobre a candidatura de Trump, disse nesta semana, em comunicado, que apesar de preferir uma melhor opção para presidência e lamentar a "retórica ofensiva e o comportamento do empresário", não quer que Hillary vença as eleições presidenciais de 8 de novembro.

Mas o problema de Trump é ainda maior. Segundo cálculos do cofundador do Projeto 2017, Jeffrey H. Anderson, 55% dos senadores republicanos que apoiaram a reforma migratória apresentada pelo Grupo dos Oito em 2013 deram as costas para Trump, que também sofreu um revés depois de o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, ter anunciado que não mais fará campanha a seu favor.

Além disso, Anderson afirma que dos 17 republicanos no Senado em 2013 que não apoiaram a candidatura de Trump, 13 estavam na lista de parlamentares que poderiam ser "persuadidos" sobre a reforma migratória elaborada pelo grupo, o que representa 76% do total.

Para políticos como Raúl Grijalva, congressista pelo Arizona, não é uma surpresa que membros republicanos rejeitem o nomeado do partido à presidência. No entanto, ele questiona os verdadeiros motivos das críticas a Trump.

"Alguns deles estão em plena campanha para o Congresso, para o Senado, e estão fazendo isso para poder manter seus postos. Não devemos esquecer que eles mesmos criaram esse monstro, com todos os ataques contra imigrantes que ele fez por anos. Agora eles se mostram surpreendidos", criticou Grijalva em entrevista.

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Quatro senadores republicanos do famoso Grupo dos Oito, formado por parlamentares de ambos os partidos e responsável por redigir a reforma migratória de 2013 criticaram duramente o empresário e, inclusive, chegaram a anunciar que não mais o apoiarão.

Um deles, o senador da Carolina do Sul e um dos pré-candidatos derrotado por Trump nas eleições primárias republicanas, Lindsey Graham disse em entrevista à Agência Efe que "não pode seguir o mesmo caminho pelo qual Trump está levando o partido"

Considerado um dos políticos mais moderados de seu partido, Graham se mostrou contrário ao plano migratório que Trump apresentou oficialmente em agosto no Arizona, classificando o projeto de "tolo" e "ilegal".

Entre outras medidas, o empresário propõe a construção de um muro ao longo da fronteira com o México, assim como o estabelecimento de uma força de deportação em massa.

"Sua proposta tem muitas falhas constitucionais, não é algo prático", criticou Graham.

Outros dois membros do Grupo dos Oito, Jonh McCain e Jeff Flake, ambos senadores republicanos pelo Arizona, também decidiram dar as costas a Trump depois das novas polêmicas envolvendo o magnata.

"Além das minhas conhecidas diferenças com Donald Trump em suas políticas, questionei também seu caráter", disse McCain, derrotado por Barack Obama em 2008, em entrevista à Efe.

McCain indicou que, anteriormente, apoiou Trump à presidência porque, como ex-candidato à Casa Branca, crê na importância de respeitar o fato de o empresário ter vencido as primárias do partido.

No entanto, disse não poder mais respaldar o polêmico empresário até porque não tem responsabilidade pela escolha.

No último sábado, McCain anunciou oficialmente que iria retirar seu apoio a Trump depois da divulgação de um vídeo de 2005, no qual o candidato insinua que pode acariciar mulheres de forma inapropriada, sem consentimento, por ser uma "estrela".

Com a decisão, McCain se uniu a Flake, que disse através do Twitter que os republicanos não devem estar de acordo com Trump "ameaçando com a prisão seu oponente depois as eleições".

O senador se referia à declaração de Trump no segundo debate presidencial exibido pela televisão, quando o empresário afirmou que prenderia Hillary Clinton, sua adversária democrata, caso fosse presidente, devido ao escândalo dos e-mails da rival.

Em outra mensagem, Flake pediu que Trump deixe a disputa.

O Grupo dos Oito, cujo projeto de reforma migratória não chegou a ir a votação na Câmara dos Representantes pela rejeição da bancada republicana, também era formado pelo senador Marco Rubio, outro que participou das primárias do partido e que tem criticado Trump duramente nos últimos meses, porém, sem deixar de apoiá-lo.

Rubio, que não respondeu ao pedido da Efe de fazer comentários sobre a candidatura de Trump, disse nesta semana, em comunicado, que apesar de preferir uma melhor opção para presidência e lamentar a "retórica ofensiva e o comportamento do empresário", não quer que Hillary vença as eleições presidenciais de 8 de novembro.

Mas o problema de Trump é ainda maior. Segundo cálculos do cofundador do Projeto 2017, Jeffrey H. Anderson, 55% dos senadores republicanos que apoiaram a reforma migratória apresentada pelo Grupo dos Oito em 2013 deram as costas para Trump, que também sofreu um revés depois de o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, ter anunciado que não mais fará campanha a seu favor.

Além disso, Anderson afirma que dos 17 republicanos no Senado em 2013 que não apoiaram a candidatura de Trump, 13 estavam na lista de parlamentares que poderiam ser "persuadidos" sobre a reforma migratória elaborada pelo grupo, o que representa 76% do total.

Para políticos como Raúl Grijalva, congressista pelo Arizona, não é uma surpresa que membros republicanos rejeitem o nomeado do partido à presidência. No entanto, ele questiona os verdadeiros motivos das críticas a Trump.

"Alguns deles estão em plena campanha para o Congresso, para o Senado, e estão fazendo isso para poder manter seus postos. Não devemos esquecer que eles mesmos criaram esse monstro, com todos os ataques contra imigrantes que ele fez por anos. Agora eles se mostram surpreendidos", criticou Grijalva em entrevista.

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