Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante evento na Pensilvânia 10/03/2018 REUTERS/Joshua Roberts (Joshua Roberts/Reuters)
Maurício Grego
Publicado em 26 de março de 2018 às 10h21.
Última atualização em 26 de março de 2018 às 14h51.
São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta segunda-feira (26) a expulsão de 60 russos do país, incluindo diplomatas e funcionários do governo de Vladimir Putin, e fechou o consulado russo na cidade de Seattle. A ação, diz os EUA, é resposta ao ataque com agente nervoso contra um ex-espião que aconteceu no início deste mês no Reino Unido e que teria sido conduzido pela Rússia.
O movimento dos EUA acontece após a expulsão de diplomatas russos do Reino Unido e que foi anunciada há alguns dias pela primeira-ministra britânica, Theresa May, e a cobrança por explicações do governo da Rússia pela União Europeia. Segundo a rede de notícias CNN, a expectativa é a de que outros países europeus realizem manobras diplomáticas do gênero nos próximos dias.
As represálias vêm depois de os ânimos terem esquentado entre o Reino Unido e a Rússia em razão do envenenamento do ex-agente Sergei Skripal no último dia 4 de março na cidade britânica de Salisbury. O ataque atingiu ainda a filha de Skripal, Yulia, de 33 anos, e o policial que os encontrou agonizando no parque. As vítimas do envenenamento seguem hospitalizadas.
Investigações revelaram que a substância usada no ato era um agente nervoso do tipo "Novitchok", de fabricação russa. As evidências fizeram com que May exigisse explicações do envolvimento do governo de Putin e esclarecesse se foi o responsável pela ação contra Skripal ou se perdeu o controle sobre a substância que o envenenou,
A Rússia negou qualquer envolvimento no caso e disse que não responderia aos ultimatos. Como resposta à expulsão de seus diplomatas de solo britânico, os russos também expulsaram diplomatas de May do seu território.
Nascido em 23 de junho de 1951, Skripal trabalhou até 1999 no serviço de inteligência do exército russo e chegou a ser coronel. De 1999 a 2003, trabalhou no Ministério das Relações Exteriores do país.
Em 2004, foi detido e acusado de “alta traição” por ter repassado informações sobre as identidades de agentes secretos russos que trabalhavam na Europa para o serviço de inteligência britânico, o MI-6, em troca de US$ 100 mil.
Condenado a 13 anos de prisão, ele ficou preso até 2010. Depois de receber perdão do então presidente Dmitri Medvedev, foi incluído na maior troca de espiões desde o fim da Guerra Fria. Vivia na Inglaterra desde então.