Donald Trump: nomeações de aliados para postos-chave geram repercussão (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 11 de novembro de 2024 às 21h51.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já começou a indicar colaboradores de confiança para compor seu futuro gabinete e pretende que os escolhidos assumam os cargos sem passar pelo processo de confirmação no Senado.
O republicano de 78 anos anunciou no domingo que delegará a Tom Homan, conhecido por sua política linha-dura, o polêmico tema do controle de fronteiras. Homan, que já liderou o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE, na sigla em inglês), terá a missão de implementar a promessa de Trump de realizar a maior operação de expulsão de imigrantes irregulares da história dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, 11, Trump nomeou Lee Zeldin, ex-congressista republicano de 44 anos, como chefe da Agência de Proteção Ambiental (EPA). Ao justificar a escolha, o presidente eleito destacou o perfil de Zeldin como defensor das políticas de "Estados Unidos em primeiro lugar", além de afirmar que ele será responsável por adotar decisões desregulatórias rápidas que revertam proteções criadas no governo de Joe Biden.
Na mesma linha, a congressista republicana Elise Stefanik, de 40 anos, foi indicada como embaixadora dos Estados Unidos na ONU. “Elise é uma combatente incrivelmente forte, dura e inteligente”, afirmou Trump, que assumirá a presidência americana em janeiro.
Stefanik é conhecida por seu firme apoio a Israel, uma posição que repercutiu na nomeação para a ONU, já que é vista como uma defensora da segurança nacional dos EUA. "O trabalho pela frente é imenso, pois vemos o antissemitismo disparar e precisamos fortalecer nossa segurança nacional", disse a congressista em comunicado. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, celebrou a escolha, afirmando que a "clareza moral inabalável" de Stefanik é essencial no contexto atual.
Na política americana, o posto de embaixador na ONU costuma servir como trampolim para cargos mais altos. Exemplo disso foram figuras como Madeleine Albright e George Bush pai, que ocuparam a função e galgaram posições de relevância no governo americano.
Conforme a Constituição dos Estados Unidos, o Senado precisa aprovar as nomeações presidenciais. Trump, no entanto, já declarou que tentará contornar essa etapa, valendo-se de uma cláusula que permite nomeações temporárias enquanto o Senado está em recesso. “Qualquer senador republicano que almeje a posição de liderança no Senado deve concordar com as Nomeações em Recesso”, declarou Trump no domingo.
Na quinta-feira, Trump anunciou a escolha de Susie Wiles como chefe de gabinete, marcando sua primeira nomeação de destaque. Wiles foi a principal responsável pela campanha eleitoral que garantiu a vitória de Trump em sete estados-chave e uma margem de 312 eleitores contra 226 de Kamala Harris.