Donald Trump discursa na sede da CIA na Virgínia, nos Estados Unidos (Carlos Barria/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 06h58.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou na quinta-feira como subdiretora da Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês) Gina Haspel, uma agente envolvida em torturas a detidos quando dirigia uma prisão clandestina na Tailândia, informaram veículos de imprensa locais.
Gina, que tem 60 anos, trabalhou como agente secreta durante a maior parte de sua carreira e desempenhou um papel importante no lançamento nos EUA do programa extrajudicial após os atentados de 11 de setembro de 2001 para prender e interrogar suspeitos de terrorismo.
Na verdade, a subdiretora da CIA dirigiu na Tailândia o primeiro dos centros clandestinos de detenção conhecidos como "locais negros" que os EUA abriram nessa época.
Gina Haspel esteve presente em pelo menos dois interrogatórios onde se utilizaram torturas, como dos supostos membros da Al Qaeda Abu Zubaydah e Abd al-Rahim al-Nashiri, segundo foram recolhidos em uma investigação do Senado.
Zubaydah foi submetido por 83 vezes a técnica de tortura do "submarino" ("waterboard"), de acordo com documentos revelados a posteriormente.
Gina Haspel também é responsabilizada de ter ordenado, em 2005, a destruição das fitas onde estavam registradas todas as torturas que os presos submetidas os detidos e que estavam guardadas no centro da Tailândia.
Foi precisamente esse episódio, em 2013, custou a promoção a diretora de operações clandestinas da CIA, um cargo que teve que ser confirmado pelo Senado.
Embora o governo de Barack Obama queria acabar com os interrogatórios sob tortura que proliferaram após os atentados do 11 de setembro de 2001, Donald Trump declarou que a tortura "funciona" e não descarta utilizá-la de novo.
O perfil de Gina Haspel encaixa na nova era da CIA de Trump, dirigida por Mike Pompeo.