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Trump nega ter mudado de opinião sobre muro e critica México

O presidente americano qualificou o México como "o país mais perigoso do mundo "em uma série de tweets matinais

Trump: "Precisamos do muro para ajudar a deter o fluxo em massa de drogas do México" (Andrew Harrer/Bloomberg)
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EFE

Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 16h15.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , voltou a afirmar nesta quinta-feira que o muro fronteiriço será pago "direta ou indiretamente" pelo México e assegurou que nunca mudou sua percepção de como deveria ser a barreira física, contradizendo assim seu chefe de gabinete, John Kelly.

O presidente americano também qualificou o México como "o país mais perigoso do mundo "em uma série de tweets matinais, horas depois de Kelly afirmar que Trump estava "desinformado" quando fez algumas promessas de campanha, como a construção do muro e a garantia de que seria integralmente pago pelo vizinho do sul.

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"O muro será pago, direta ou indiretamente, ou através de um reembolso em longo prazo, pelo México, que conta com um absurdo superavit de US$ 71 bilhões com os EUA", escreveu Trump na sua conta do Twitter.

Trump salientou que "o custo de US$ 20 bilhões é mínimo comparado com o que o México consegue dos EUA. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) é uma piada ruim!".

"Precisamos do muro para ajudar a deter o fluxo em massa de drogas do México, que agora está classificado como o país mais perigoso do mundo, o número um. Se não há muro, não há acordo!", acrescentou mais tarde Trump, em aparente referência às negociações com o Congresso para aprovar uma lei migratória.

Nesta quarta-feira, o chefe de gabinete de Trump reconheceu em um encontro com os democratas do Caucus Hispânico do Congresso (CHC) que Trump estava "desinformado" quando fez algumas promessas de campanha, e que sua opinião sobre o muro "evoluiu" desde então.

Trump ficou "furioso" quando soube que Kelly tinha descrito dessa forma sua posição sobre o muro, segundo informaram hoje o jornal "The New York Times" e a emissora "CNN", e passou a tarde falando por telefone com alguns dos seus aliados, que acusaram o chefe de gabinete de prejudicar o presidente.

Nos seus comentários aos congressistas latinos, Kelly disse que a intenção da Casa Branca é construir uma barreira física ao longo de 1.300 quilômetros dos 3.100 existentes de fronteira, algo que Trump não mencionou diretamente nas suas mensagens de hoje.

"O muro é o muro, nunca mudou ou evoluiu desde o primeiro dia que o mencionei. Partes dele, por necessidade, serão transparentes e nunca se considerou que fosse ser construído em áreas onde há proteção natural como montanhas, terrenos baldios ou rios", detalhou Trump em outro tweet.

O governo mexicano não demorou a responder Trump, ao reiterar em um comunicado que "não pagará" um muro na fronteira e que não negociará nas redes sociais o Nafta nem nenhum outro aspecto da relação bilateral.

Além disso, a Secretaria de Relações Exteriores mexicana (SRE) afirmou que, ainda que enfrente "um problema significativo de violência, é claramente falso que o México seja o país mais perigoso do mundo".

Durante a campanha eleitoral, Trump disse repetidamente que construiria um muro fronteiriço que seria pago pelo México, e para o qual os contribuintes americanos não pagariam um dólar, algo que deteriorou as relações com o país vizinho.

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