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Trump garante proteção a Kim se líder desnuclearizar Coreia do Norte

Presidente americano diz que não será aplicado ao país asiático o "modelo da Líbia", onde líder foi deposto após acordo para eliminar armas

Trump: "O modelo líbio era um modelo muito diferente, sem a segurança de protegê-lo nem de proporcionar ajuda militar" (REUTERS/Leah Millis/Reuters)

Trump: "O modelo líbio era um modelo muito diferente, sem a segurança de protegê-lo nem de proporcionar ajuda militar" (REUTERS/Leah Millis/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de maio de 2018 às 18h45.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, terá uma "proteção muito forte" se decidir desnuclearizar o país, como deseja a Casa Branca.

A referência clara à permanência de Kim no poder veio acompanhada de uma garantia de que os EUA não estão se baseando no "modelo da Líbia" nas negociações para a desnuclearização da Coreia do Norte, se distanciando das declarações feitas por um de seus principais assessores, John Bolton, que irritaram profundamente Pyongyang.

"O modelo da Líbia não é um modelo que pensamos para a Coreia do Norte. Com Kim Jong-un, ele seguirá lá, comandando seu país", disse Trump aos jornalistas antes de começar uma reunião na Casa Branca com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

"Na Líbia, dizimamos o país. Não havia acordo para manter (o então presidente Muammar) Kadafi. O modelo líbio era um modelo muito diferente, sem a segurança de protegê-lo nem de proporcionar ajuda militar", afirmou o presidente americano.

Apesar das garantias e de afastar a possibilidade de uma operação similar a que ocorreu na Líbia no caso da Coreia do Norte, Trump afirmou que esse modelo será utilizado se não houver acordo.

Em 2003, Líbia e EUA assinaram um acordo no qual Kadafi eliminou programa de armas de destruição em massa do país e entregou a localização dos arsenais em troca de incentivos econômicos.

O encontro marcado entre Trump e Kim Jong-un está ameaçado desde o início da semana, quando a Coreia do Norte criticou a realização de um exercício militar conjunto entre EUA e Coreia do Sul. Pyongyang voltou a fazer alertas sobre a reunião ontem.

"Se os EUA estiverem tentando nos encurralar para forçar nossa desnuclearização de maneira unilateral, não mais estaremos interessados no diálogo e só poderemos reconsiderar nossa pré-disposição em relação à cúpula", disse o vice-chanceler da Coreia do Norte, Kim Kye-gwan, em nota publicada ontem pela agência estatal "KCNA".

Sobre a ameaça norte-coreana, Trump afirmou que caso o encontro com Kim não ocorra, os EUA darão o próximo passo sobre a questão.

O presidente americano indicou que sua equipe está negociando os detalhes da reunião e que tudo é bastante diferente das informações publicadas pela imprensa.

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