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Trump e Melania confirmam que estão com coronavírus. Como fica a campanha?

Uma assessora do presidente americano já havia confirmado ontem que estava com a covid-19. O diagnóstico acontece a um mês da eleição em 3 de novembro

Donald Trump: diagnóstico da covid-19 acontece a um mês da eleição nos EUA (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: diagnóstico da covid-19 acontece a um mês da eleição nos EUA (Jonathan Ernst/Reuters)

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Carolina Riveira

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 06h04.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 11h24.

O presidente americano, Donald Trump, está com a covid-19. A informação foi confirmada nesta madrugada em postagem no Twitter pessoal do próprio presidente. A primeira-dama Melania Trump também foi diagnosticada com a doença causada pelo novo coronavírus.

"Hoje, a primeira-dama e eu fomos diagnosticados com a covid-19. Nós começaremos nossa quarentena e o processo de recuperação imediatamente. Vamos passar por isso JUNTOS!", diz o presidente na postagem.

Mais cedo na quinta-feira, 1º de outubro, já havia sido confirmado que uma assessora do presidente, Hope Hicks, havia tido diagnóstico positivo. O presidente já estava em isolamento desde então.

Hicks havia estado com Trump no Air Force One, avião oficial usado pelos mandatários americanos, nos dois dias anteriores.

O diagnóstico acontece a um mês da eleição americana, marcada para 3 de novembro, e joga uma série de dúvidas sobre a campanha. Como Trump deve passar agora ao menos duas semanas em quarentena, o próximo debate presidencial, marcado para 15 de outubro, pode não ocorrer como planejado. Trump deve ficar fora de compromissos presenciais até por volta da semana do debate.

O primeiro debate presidencial nos EUA aconteceu há dois dias, nesta terça-feira, 29. A equipe médica da Casa Branca avisa que todas as pessoas com as quais Trump entrou em contato -- que incluem o próprio Joe Biden -- foram avisadas. Biden tem 77 anos e Trump, 74, o que os coloca no grupo de risco para a doença.

Trump também tinha nesta sexta-feira um comício na Flórida, estado decisivo nos EUA e onde o rival Joe Biden lidera nas pesquisas, mas com margem apertada.

O presidente vinha sendo questionado justamente por não usar máscara em locais públicos e fazer comícios com aglomeração.

Os EUA são o país com maior número de casos e mortes por coronavírus até agora, com mais de 205.000 vítimas no país.

Na corrida presidencial, por ora, Biden lidera em estados decisivos e está à frente nas pesquisas, mas com uma margem apertada ou empate nos principais estados -- o que importa mais no colégio eleitoral americano do que os votos absolutos nacionalmente.

O site FiveThirtyEight, do estatístico Nate Silver, atualizou suas chances de vitória para Biden para 80% e de 20% para Trump após o debate. Antes, Biden estava com chances que variavam entre 69% e pouco mais de 70%.

Biden também lidera sobretudo entre quem vai votar pelos correios, modalidade que vem sendo questionada por Trump e pode abrir espaço para contestações judiciais do resultado.

O debate nesta semana foi marcado por interrupções e pouca discussão de ideias. As falas cortadas e interrupções vieram sobretudo do próprio Trump, que interrompeu constantemente o rival democrata Joe Biden e o moderador, Chris Wallace, da Fox News.

Sondagem da CBS mostrou que 48% dos espectadores que assistiram ao debate consideraram Biden vencedor, embora esteja pouco claro quem tirou vantagem do embate. Outros 41% disseram que Trump venceu e 10% avaliaram que deu empate.

A pesquisa da CBS também mostrou que 8 em cada 10 espectadores consideraram o tom do debate negativo e ficaram incomodados.

Os índices futuros nas bolsas dos EUA caíam mais de 1% na manhã desta sexta-feira com os impactos que a doença de Trump pode ter na corrida eleitoral e outros temas americanos.

Não está claro também se a doença do presidente pode ainda impactar a negociação de um pacote de 1,5 trilhão de dólares em estímulos econômicos que o governo tenta negociar no Congresso. A negociação está emperrada há semanas, e os democratas pedem um valor maior, mas, ontem, os republicanos ofereceram verba adicional para evitar milhares de demissões em companhias aéreas, o que pode fazer o estímulo andar dessa vez.

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