Repórter
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 16h36.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 12, que a Tailândia e o Camboja chegaram a um acordo para cessar os combates ao longo da fronteira disputada, que resultaram em pelo menos 20 mortos durante esta semana.
Os confrontos mais recentes entre os dois países do Sudeste Asiático são fruto de uma disputa histórica sobre a demarcação de uma fronteira de 800 quilômetros, que remonta à era colonial. Além das vítimas fatais, os conflitos também forçaram o deslocamento de cerca de meio milhão de pessoas de ambos os lados da fronteira. Cada país se acusa mutuamente de provocar a escalada do conflito.
"Tive uma conversa muito boa esta manhã com o primeiro-ministro da Tailândia, Anutin Charnvirakul, e com o primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet, sobre o lamentável reacendimento da sua longa guerra", contouTrump na sua plataforma Truth Social.
"Eles concordaram em cessar todos os disparos a partir desta noite e retornar ao Acordo de Paz original feito entre mim e eles, com a ajuda do grande primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim", disse ele, referindo-se a um acordo firmado em julho.
Após a ligação com o presidente Donald Trump, Anutin, ministro da Saúde do Camboja, afirmou: "É necessário anunciar ao mundo que o Camboja vai cumprir o cessar-fogo. Quem violou o acordo precisa corrigir a situação, não quem foi prejudicado", acrescentando que a conversa com Trump "correu bem".
Os Estados Unidos, a China e a Malásia, na qualidade de presidente do bloco regional da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), desempenharam um papel importante na mediação de um cessar-fogo em julho, após uma série inicial de confrontos que durou cinco dias.
Em outubro, Trump apoiou uma declaração conjunta entre Tailândia e Camboja, destacando acordos comerciais após os dois países concordarem em estender a trégua. No entanto, o acordo foi suspenso pela Tailândia no mês seguinte, após soldados tailandeses serem feridos por minas terrestres na fronteira.
Na província de Buriram, no nordeste da Tailândia, Jirasan Kongchan, um evacudo tailandês, expressou que a paz deveria ser alcançada por meio de negociações diretas entre os dois países, e não por mediação de potências estrangeiras.
"Quero que a Tailândia e o Camboja conversem entre si primeiro, de forma clara e decisiva", disse o agricultor de 50 anos à AFP. "Se o Camboja violar o acordo de paz novamente, os países da Asean devem intervir e talvez impor algum tipo de sanção".
Choeun Samnang, um evacuado cambojano de 54 anos, expressou grande alegria ao saber que o presidente Donald Trump havia telefonado para o primeiro-ministro tailandês, solicitando que ambos os países cumprissem a declaração conjunta. "Estou muito feliz", disse Samnang, demonstrando otimismo com o avanço nas negociações e a possibilidade de um fim para os confrontos que afetaram a região.
"Não quero ver países em guerra. Quero que tanto o Camboja quanto a Tailândia tenham paz", afirmou Samnag, em entrevista à agência de notícias.