Donald Trump: Casa Branca tem tentado retomar as conversas sobre a reforma na saúde (Jonathan Ernst/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de abril de 2017 às 09h31.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que está cogitando vincular um plano de infraestrutura de 1 trilhão de dólares a uma legislação de reforma da saúde ou tributária como incentivo para obter apoio dos parlamentares, especialmente democratas.
Trump também disse, em entrevista ao jornal New York Times, que pode antecipar a divulgação de um plano de reconstrução das estradas, pontes e túneis em deterioração no país, o que se esperava para o final deste ano.
"Estou pensando em acelerá-lo. Estou pensando em juntá-lo a outro projeto de lei. Pode ser de saúde, pode ser outra coisa. Pode ser reforma tributária", disse.
Trump se saiu mal em sua primeira iniciativa legislativa, uma tentativa de revogar a lei de saúde do ex-presidente Barack Obama que terminou em um fiasco constrangedor no Congresso duas semanas atrás.
A Casa Branca tem tentado retomar as conversas sobre a reforma na saúde ao mesmo tempo em que procura outras medidas legislativas --como a reforma tributária-- que possam dar uma vitória a Trump no início de sua Presidência.
Na semana passada, a secretária dos Transportes, Elaine Chao, disse que o governo Trump iria revelar mais perto do final do ano um plano de 1 trilhão de dólares e de 10 anos para modernizar as estradas, pontes, aeroportos, rede elétrica e sistemas hídricos do país, oferecendo incentivos para parcerias público-privadas.
Trump disse que deseja acelerar essa iniciativa, mas não informou nenhum prazo. Segundo ele, os parlamentares democratas "estão desesperados por infraestrutura" e podem estar mais inclinados a embarcar em uma reforma de saúde ou tributária apoiada pelos republicanos se gastos em rodovias e pontes forem incluídos.
"Estamos falando de 1 trilhão de dólares em infraestrutura", disse o presidente.
Partes destes projetos podem ser realizados através de parcerias público-privadas, disse, sem detalhar como o gasto total seria dividido entre os dois setores. Mas ele também disse que, com as taxas de juro baixas, o governo pode estar em melhores condições de financiar os projetos por conta própria.
"Quando você pode emprestar tão barato, não tem que fazer a coisa público-privada. Porque o público-privado pode sair muito caro", afirmou.