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Trump denuncia investigação e chama impeachment de "golpe"

"Quanto mais aprendo, a cada dia que passa, chego à conclusão de que o que está acontecendo não é um impeachment, é um GOLPE", tuitou Trump

Trump: presidente americano denunciou a investigação por impeachment que ameaça sua presidência como um "golpe" (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: presidente americano denunciou a investigação por impeachment que ameaça sua presidência como um "golpe" (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 07h22.

Última atualização em 2 de outubro de 2019 às 15h40.

O presidente americano, Donald Trump, denunciou nesta terça-feira (1) a investigação por impeachment que ameaça sua Presidência como um "golpe".

Os comentários de Trump foram feitos depois que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pressionou para prevenir ou retardar que cinco diplomatas em atividade e aposentados testemunhassem na investigação de impeachment de Trump.

"Quanto mais aprendo, a cada dia que passa, chegou à conclusão de que o que está acontecendo não é um impeachment, é um GOLPE", tuitou Trump.

Tem como objetivo "tirar o Poder do Povo, seu VOTO, suas Liberdades, sua Segunda Emenda, Religião, Exército, Muro Fronteiriço e seus direitos dados por Deus como um Cidadão dos Estados Unidos da América!", escreveu.

A investigação conduzida pela Câmara dos Representantes, de maioria democrata, busca saber se Trump abusou do cargo, pedindo ajuda ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, para prejudicar o ex-vice-presidente Joe Biden, o democrata com mais possibilidades de enfrentar o atual presidente nas eleições de 2020.

Se a Câmara aprovar o impeachment, o caso seguirá para o Senado, de maioria republicana.

Pompeo e o advogado de Trump, Rudy Giuliani, criticaram nesta terça-feira o calendário de depoimentos que os democratas da Câmara de Representantes tentam impor sobre o suposto pedido do presidente republicano de ajuda à Ucrânia para investigar o filho de Joe Biden, que trabalhou em uma empresa de gás ucraniana.

Em carta enviada ao Congresso, Pompeo alegou que sua convocação e a de outros diplomatas "só pode ser entendida como uma tentativa de intimidação, assédio e forma imprópria de tratar os distintos profissionais do departamento de Estado".

"Deixe-me ser claro: não vou tolerar este tipo de tática e vou utilizar todos os meios a minha disposição para impedir qualquer tentativa de assédio a estes profissionais dedicados aos quais tenho orgulho de liderar", escreveu Pompeo no Twitter.

Pompeo avaliou que as convocações têm "profundas deficiências legais e de procedimento", e que os depoimentos de funcionários programados para a partir desta quarta-feira "não são factíveis".

O secretário também questionou a autoridade das comissões lideradas pelos democratas para exigir documentos do departamento de Estado e sugeriu que o governo está preparado para recorrer à justiça.

Problemas legais e constitucionais

A reação de Pompeo ocorreu após Giuliani sugerir que poderá ignorar a convocação que recebeu na véspera de três comitês da Câmara.

Giuliani, um republicano que foi prefeito de Nova York, alegou que os chefes dos Comitês de Inteligência, Relações Exteriores e Supervisão da Câmara de Representantes estão "prejulgando" o caso.

"Isto levanta questões importantes sobre a legitimidade e os problemas constitucionais e legais".

As reações mostram que a administração está cavando suas trincheiras contra a investigação sobre suposto abuso de poder, que é liderada pelo presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff.

Schiff iniciou a investigação na sexta-feira, após um memorando da Casa Branca sobre a conversa em 25 de julho entre Trump e Zelensky, que havia sido revelada por uma fonte anônima.

Segundo o registro oficial, Pompeo foi um dos vários funcionários a escutar o telefonema entre os dois presidentes, no qual Trump pede informações que incriminem o filho de Biden, que trabalhava para uma empresa de gás ucraniana.

Além de convocar Pompeo e pedir documentos do departamento de Estado, Schiff convocou cinco diplomatas, na ativa e aposentados.

Entre eles figura Marie Yovanovitch, que foi removida em 2019 do cargo de embaixadora em Kiev após aparentemente resistir a pressionar Zelensky; e Kurt Volker, ex-enviado especial à Ucrânia e que estaria envolvido nos esforços de Giuliani para obter a cooperação ucraniana.

Pompeo "ao que parece estava na ligação quando o presidente pressionou a Ucrânia para que difamasse seu oponente político", afirmaram democratas do Comitê de Inteligência da Câmara.

Neste caso, o secretário de Estado "agora é uma testemunha de fato no inquérito de impeachment. Ele não deveria tomar nenhuma decisão sobre depoimentos de testemunhas ou sobre a produção de documentos", acrescentaram.

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