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Trump cria comitê para investigar possível fraude em eleição

Vários setores criticam a criação deste comitê pelo presidente dos EUA, afirmando que na realidade ele busca atacar o direito dos cidadãos de votar

Eleição: a União Americana para as Liberdades Civis (ACLU, em inglês) começou uma série de ações legais conta o comitê (Ron Jenkins/Getty Images)

Eleição: a União Americana para as Liberdades Civis (ACLU, em inglês) começou uma série de ações legais conta o comitê (Ron Jenkins/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de julho de 2017 às 15h51.

O presidente americano, Donald Trump, criou nesta quarta-feira um polêmico comitê para investigar se houve fraude nas eleições de novembro de 2016, e que obriga os estados a compartilhar informações sobre os seus eleitores, embora muitos já tenham se negado a fazer.

"Esta comissão tem a tarefa sagrada de defender a integridade das urnas e o princípio de 'um cidadão, um voto'", explicou Trump ao lançar o painel na Casa Branca.

"Cada vez que há fraude eleitoral, é eliminado o voto de um cidadão legal e enfraquece a democracia. Não podemos permitir que isso aconteça", advertiu.

Poucas semanas depois das presidenciais, Trump assegurou que perdeu no voto popular "porque milhões de pessoas votaram ilegalmente", segundo explicou no Twitter.

Sua rival democrata, Hillary Clinton, venceu a nível nacional por uma diferença de quase três milhões de votos, embora não tenha somado a maioria necessária de membros do Colégio Eleitoral, que são os que escolhem o presidente no sistema de eleição indireto do país.

Especialistas asseguram que há poucas provas que sustentam uma fraude eleitoral.

Vários setores criticam a criação deste comitê, afirmando que na realidade ele busca atacar o direito dos cidadãos de votar, levando muitos estados a não compartilhar a informação de seus eleitores com este painel liderado pelos republicanos.

A União Americana para as Liberdades Civis (ACLU, em inglês) começou uma série de ações legais conta o comitê.

"O governo Trump lançou um ataque a nível nacional contra o direito ao voto", assinalou Dale Ho, um dos diretores.

"Pedir dados de cada eleitor nos Estados Unidos é muito alarmante e aumenta de forma significativa as preocupações sobre privacidade [...]. Os estados fizeram bem em se opor a dar informações pessoais, o que claramente é uma campanha para eliminar votos", afirmou.

O presidente disse nesta quarta-feira estar "contente de que mais de 30 estados tenha aceitado dividir as informações com a comissão" e sobre os que não quiseram, afirmou que "a informação chegará logo".

"Se algum estado não quer dividir esta informação, devem questionar o motivo pelo qual estão preocupados", continuou. "Há algo, sempre há algo".

O Partido Democrata e grupos de direitos humanos acusam os republicanos de tentar suprimir os votos de eleitores negros e pobres por problemas com seus documentos de identidade ou na hora de se registrar para votar.

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