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Trump anunciará nesta terça seu candidato à Suprema Corte

A nomeação de um magistrado conservador à Suprema Corte foi uma das principais razões citadas pelos eleitores de Trump para justificar seu voto

Donald Trump: a Suprema Corte em última instância interpreta a Constituição e deve tomar decisões sobre temas muito sensíveis (Kevin Dietsch/Getty Images)

Donald Trump: a Suprema Corte em última instância interpreta a Constituição e deve tomar decisões sobre temas muito sensíveis (Kevin Dietsch/Getty Images)

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AFP

Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 11h28.

O presidente americano Donald Trump vai revelar nesta terça-feira à noite o nome de seu candidato à Suprema Corte, uma escolha que provavelmente abrirá um front com a oposição democrata.

"Trata-se de uma pessoa incrível, muito respeitada e eu acredito que vocês ficarão muito impressionados com esta pessoa", assegurou na segunda-feira o presidente republicano, que adiantou em 48 horas o anúncio inicialmente previsto para a quinta-feira à noite.

"Anunciarei ao vivo na terça, às 20h00" (22h00 de Brasília), tuitou o novo presidente, acusado de querer distrair a opinião pública após a grande polêmica internacional causada por seu decreto de fechamento parcial das fronteiras.

A nomeação de um magistrado conservador à Suprema Corte foi uma das principais razões mencionadas pelos eleitores de Donald Trump para justificar seu voto no bilionário.

A Suprema Corte em última instância interpreta a Constituição e deve tomar decisões sobre temas muito sensíveis sobre os quais pesa a ideologia, como o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o porte de armas.

Cada um de seus nove membros é nomeado ao cargo vitalício pelo presidente em exercício, e depois confirmado pelo Senado.

A mais alta instância judicial do país está ameaçada com o bloqueio desde a morte do juiz conservador Antonin Scalia, em fevereiro do ano passado. Desde então funciona com oito magistrados: quatro conservadores e quatro progressistas.

O antecessor democrata Barack Obama indicou o magistrado Merrick Garland, mas o Senado - dominado pelo Partido Republicano - se negou a aceitá-lo.

Agora, a escolha de Trump deverá tender a instituição à direita, possivelmente por uma geração inteira, um grande alívio para os tradicionalistas, militantes das armas de fogo, partidários da pena de morte ou dos poderosos interesses financeiros.

Reação democrata

Esta política de obstrução, criticada por minar o funcionamento mornal das instituições, valeu a pena para os republicanos.

Temendo uma virada de sérias consequências, o governador do estado de Nova York propôs na segunda-feira incluir o direito ao aborto na Constituição da região, a fim de "assegurar de uma vez por todas" esse direito às mulheres.

Mas em Washington, os republicanos podem esperar uma reação dos democratas.

O líder dos senadores democratas, Chuck Schumer, prometeu se opor "com unhas e dentes" a uma escolha que considere inaceitável.

O porta-voz de Donald Trump denunciou com antecedência na segunda-feira uma tática dos democratas que consiste em "arrastar os pés" e "fazer um jogo político".

"O presidente tem o direito que as pessoas nomeadas sejam entrevistadas", afirmou Sean Spicer, aparentemente alheio ao fato de que Trump afirmava precisamente o oposto após a nomeação do juiz Garland por Barack Obama.

"Short list" de 3 juízes

Para que um juiz seja confirmado, sua nomeação deve ser apoiada pela maioria do Senado, ou seja, 60 dos 100 assentos. Os republicanos têm 52 assentos, razão pela qual o novo juiz precisará do apoio de alguns democratas.

Donald Trump prometeu indicar um conservador, que se opõe ao aborto, mas que defende o direito ao porte de arma.

Durante a campanha presidencial, o bilionário publicou uma lista com 21 potenciais candidatos ao posto, a maioria homens brancos e com apenas quatro mulheres.

Segundo os especialistas, os mais cotados para ganhar a indicação atualmente são Neil Gorsuch, magistrado no tribunal de apelação federal de Denver (Colorado), William Pryor, um juiz federal que atua no estado do Alabama e Thomas Hardiman, juiz do tribunal de apelação federal de Pittsburgh (Pensilvânia).

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