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Trump adota tom conciliador em discurso no Congresso

Presidente abandonou o tom radical da campanha ao defender as medidas tomadas em pouco mais de um mês na presidência

Donald Trump: "republicanos e democratas podem trabalhar juntos para alcançar um resultado que eludiu nosso país durante décadas" (Jim Lo Scalzo/Reuters)

Donald Trump: "republicanos e democratas podem trabalhar juntos para alcançar um resultado que eludiu nosso país durante décadas" (Jim Lo Scalzo/Reuters)

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EFE

Publicado em 1 de março de 2017 às 06h45.

Última atualização em 1 de março de 2017 às 12h11.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu na terça-feira as medidas que tomou em pouco mais de um mês no cargo, sua agenda para o futuro e sua visão do país em um discurso conciliador no Congresso, longe do tom apocalíptico de seu discurso de posse e de olho no bipartidarismo.

Em seu primeiro discurso na sessão conjunta do Congresso, Trump surpreendeu ao afirmar que acredita ser possível conseguir "uma reforma migratória real e positiva", desde que ao objetivos sejam, como enfatizou, melhorar os empregos e salários dos americanos, fortalecer a segurança nacional e restabelecer o respeito às leis.

"Se a gente for pelo bem-estar dos cidadãos americanos, então acho que republicanos e democratas podem trabalhar juntos para alcançar um resultado (esta reforma) que eludiu nosso país durante décadas", disse Trump.

O presidente deixou claro que sua proposta é estabelecer um sistema de imigração "baseado no mérito", contra o atual "obsoleto", para "proteger" os trabalhadores dos EUA.

Mas ao mesmo tempo, em outro momento de seu discurso, Trump prometeu que fará cumprir as leis de imigração para aumentar os salários, ajudar aos desempregados, economizar "bilhões de dólares" e que as comunidades sejam mais seguras.

Trump também afirmou que a construção do muro na fronteira com o México começará "em breve", inclusive "antes do programado", e será "uma arma muito eficaz contra o crime e as drogas".

Ele lembrou de várias histórias de pessoas assassinadas por imigrantes ilegais, que cujos familiares convidou para presenciar o discurso do camarote ao lado da primeira-dama, Melania Trump.

Em matéria de segurança, Trump pediu ao Congresso um dos maiores aumentos da despesa em defesa da história do país, com o objetivo de "reconstruir" as Forças Armadas.

De acordo com o Escritório de Orçamento da Casa Branca, este aumento de recursos para o Pentágono no novo ano fiscal será de quase 10%, equivalente a US$ 54 bilhões e compensado por cortes na maioria do resto das agências federais, entre elas o Departamento de Estado.

"Os desafios que enfrentamos como nação são grandes. Mas nosso povo é ainda maior. E ninguém é maior ou mais valente que aqueles que lutam com o uniforme dos Estados Unidos", disse o líder.

Além disso, também lembrou do soldado das forças especiais William "Ryan" Owens, morto em uma operação contra Al Qaeda, no Iêmen, a primeira aprovada por Trump desde que tomou posse, no dia 20 de janeiro.

A lembrança a Owens ocorreu em um momento de maior ovação da noite a Trump por parte dos congressistas, enquanto a viúva, Carryn, chorava enquanto aplaudia também.

Sobre sua promessa de eliminar o conhecido Obamacare, a reforma da saúde do ex-presidente Barack Obama, Trump solicitou aos congressistas que o substituam por um plano que amplie a cobertura médica e reduza os custos dos seguros.

Por outro lado, o magnata disse que está preparando "uma reforma tributária histórica", que vai diminuir a taxa de imposto para as empresas e proporcionará um "enorme alívio fiscal" para a classe média.

Segundo sua opinião, o país deve "criar um campo justo para as empresas e trabalhadores americanos".

Em relação aos planos para investir em infraestruturas e criar com isso "milhões de novos empregos", Trump pediu ao Congresso que aprove uma verba de US$ 1 trilhão, conforme a construções de "novas estradas, pontes, túneis, aeroportos e ferrovias".

Mergulhada em sua filosofia nacionalista, ele enfatizou que os Estados Unidos deveriam "colocar seus cidadãos em primeiro lugar" e o que só representa seu país, não ao resto do mundo.

O presidente defendeu o veto da entrada de certos estrangeiros para evitar que se forme uma "missão avançada" terrorista dentro dos EUA, reiterando sua intenção de aprovar novas medidas que substituam seu polêmico veto a cidadãos de maioria muçulmana e todos os refugiados que diferentes instâncias judiciais bloquearam no início do mês.

Além disso, sustentou que a "única solução a longo prazo" para resolver as crises humanitárias como a dos refugiados é que essas pessoas "possam retornar em segurança" para suas casas.

Ele também quis mostrar perante o Congresso seu "firme apoio" para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas reiterou o pedido aos países-membros de "cumprir com suas obrigações econômicas" e investir mais na Defesa.

Após declarar que "o tempo para os pequenos pensamentos acabou", assim como "as brigas triviais", Trump concluiu seu discurso com um pedido aos americanos e aos membros do Congresso: que "sonhem grande" e que "abracem esta renovação do espírito americano" que ele impulsionou com sua chegada na Casa Branca.

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