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Trudeau conquista 2º mandato no Canadá, mas sem maioria absoluta

Maioria relativa no Parlamento o obrigará o premiê a buscar apoio entre partidos pequenos para sobreviver

Trudeau: líder liberal poderá iniciar negociações com os partidos menores para uma aliança (Patrick Doyle/Reuters)
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AFP

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 06h31.

O primeiro-ministro do Canadá , Justin Trudeau , conquistou um segundo mandato nas eleições legislativas de segunda-feira (21), mas seu Partido Liberal conseguiu apenas a maioria relativa no Parlamento, o que o obrigará a buscar apoio entre os partidos pequenos para sobreviver.

De acordo com as projeções dos canais de televisão poucas horas depois do fechamento das urnas, os liberais devem obter quase 160 das 338 cadeiras em disputa na Câmara dos Comuns, longe da cômoda maioria absoluta registrada na legislatura anterior.

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"Esta noite, os canadenses rejeitaram a divisão", afirmou Trudeau a seus simpatizantes reunidos no centro de Montreal.

"Os canadenses rejeitaram os cortes e a austeridade e votaram a favor de um programa progressista e de uma ação forte contra a mudança climática", acrescentou.

As últimas pesquisas mostravam um empate com os liberais, mas os conservadores liderados por Andrew Scheer venciam em 120 distritos, seguidos pelos independentistas do Bloque Quebequense (32) e pelo Novo Partido Democrata (NDP), com 25 cadeiras.

Trudeau conquistou assim o almejado segundo mandato, apesar dos muitos escândalos que marcaram seus quatro anos de governo. Mas ele sai enfraquecido das eleições e precisará do apoio dos partidos menores, provavelmente o NDP de Jagmeet Singh, uma das revelações destas eleições, para permanecer no poder.

Sem aguardar os resultados oficiais, o presidente americano, Donald Trump, saudou no Twitter a vitória "maravilhosa e duramente batalhada" de Trudeau, com quem mantém uma relação complicada.

Já nesta terça-feira, o líder liberal poderá iniciar negociações com os partidos menores para uma aliança. O primeiro teste da futura administração será o Discurso do Trono, no qual o governo submete seu programa legislativo ao voto do Parlamento.

"Sem dúvida a aproximação será mais fácil entre liberais e o NPD do que com o Bloco", afirmou Hugo Cyr, cientista político da Universidade de Quebec em Montreal.

O líder do Bloco Quebequense, Yves-François Blanchet, celebrou o bom resultado em Quebec, única província na qual o partido apresentou candidatos: deve praticamente triplicar o resultado de 2015.

"O Bloco pode colaborar, de acordo com o mérito, com qualquer governo. Se a proposta for boa para Quebec, podem contar conosco", disse.

As autoridades eleitorais não divulgaram o índice de participação. Quase 4,7 milhões de canadenses - dos 27,4 milhões de eleitores registrados - votaram de maneira antecipada, um número superior ao registrado em 2015.

Mais velho que os rivais, Trudeau, 47 anos, não tem mais a vantagem da juventude nem da novidade, fatores que o levaram ao poder em 2015.

O líder liberal termina seu mandato afetado por vários escândalos. Sua popularidade caiu após um caso de interferência política em um processo judicial e pela publicação durante a campanha de fotos dele fazendo blackface.

Ao longo da campanha, Trudeau defendeu sua gestão: economia sólida, legalização da maconha, imposto sobre o carbono, acolhida de milhares de refugiados sírios, acordos de livre comércio assinados com a Europa e Estados Unidos e México.

Por sua vez, Scheer prometeu retomar o equilíbrio orçamentário e reduzir os impostos com um objetivo simples: "devolver o dinheiro aos bolsos dos canadenses".

Mas o jovem conservador, pai de cinco filhos e de formação católica, tampouco escapou da polêmica, por sua hostilidade pessoal em relação ao aborto, a revelação tardia de sua dupla cidadania canadense e americana ou suspeitas de que ordenou uma campanha contra seu rival Maxime Bernier.

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