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Trichet quer maior vigilância orçamentária na UE

Presidente do Banco Central Europeu propõem que países que não sigam as regras percam o direito a voto

O Presidente do BCE, Jean Claude Trichet, não acredita em deflação na região (Arquivo)

O Presidente do BCE, Jean Claude Trichet, não acredita em deflação na região (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2010 às 16h42.

Londres - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean Claude Trichet, defendeu um "salto quantitativo" nos procedimentos de vigilância orçamentária na zona do euro, depois da experiência da crise grega, em uma entrevista que será publicada na sexta-feira pelo Financial Times.

Trichet disse ao jornal que a suspensão do direito a voto para estados-membros que infringirem determinadas condições "é algo que deveria ser explorado", mas completou não apoiar expulsões.

"Pedimos um salto quantitativo no reforço do controle orçamentário, particularmente no que eu chamo de uma inversão na carga do teste", declarou Trichet, segundo um adiantamento da entrevista divulgado nesta quinta-feira pelo jornal econômico britânico.

"Pedimos uma 'quase automatização' dos procedimentos e das sanções. Pedimos uma avaliação independente e reforçada da situação fiscal dos Estados e um salto quantitativo na vigilância da competição e dos desequilíbrios entre os países da zona do euro", prosseguiu.

"E, finalmente, pedimos medidas para melhorar a qualidade" das estatísticas orçamentárias, afirmou o presidente do autoridade monetária europeia.

Na mesma entrevista, Trichet descartou qualquer risco de deflação na Europa.

"Não vejo a materialização de um risco de deflação, nem de inflação, no momento. Atravessamos a crise sem que se materializassem riscos de deflação", ou seja, de queda generalizada dos preços, declarou ao FT.

"Nossa ancoragem sólida e bem sucedida das expectativas de evolução da inflação nos protegeu, espero, eficazmente contra a materialização de riscos inflacionários, mas também deflacionários", completou o presidente do BCE.

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