Tribunal ucraniano confirma condenação de Yulia Timoshenko
A ex-primeira-ministra foi condenada a sete anos de prisão por abuso de poder
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2012 às 12h46.
Kiev - O Tribunal de Cassação da Ucrânia rejeitou nesta quarta-feira a apelação da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko e confirmou a condenação a sete anos de prisão por abuso de poder, o que levou a União Europeia (UE) a manifestar uma "profunda decepção".
Na prisão há um ano, Timoshenko foi condenada em outubro de 2011 a sete anos de prisão por abuso de poder na assinatura de um contrato de gás com a Rússia, que teria sido prejudicial para os interesses do país, quando era chefe de Governo.
"O colegiado de juízes chegou à conclusão de que o recurso de cassação de Timoshenko não poderia ser aceito", declarou o presidente do tribunal, Oleksandr Elfimov.
Mais de 100 simpatizantes de Yulia Timoshenko protestaram diante do palácio de justiça de Kiev, com cartazes de apoio à opositora e pedidos de "fim da repressão política".
Yulia Timoshenko sempre negou as acusações e denuncia o processo como uma vingança política do presidente Viktor Yanukovich, eleito em 2010.
O caso provocou uma grave crise nas relações entre Kiev e os países ocidentais, que denunciam um pano de fundo político no caso e exigem a libertação da opositora, que não poderá disputar as eleições legislativas de 28 de outubro.
A UE afirmou estar "profundamente decepcionada" com a ratificação da condenação de Timoshenko.
"Constatamos lamentavelmente o resultado desta apelação e estamos profundamente decepcionados com as consequências da situação atual, onde importantes figuras da oposição também foram impedidas de disputar as eleições parlamentares após processos que não respeitaram as normas internacionais de instrução justas, transparentes e independentes", destacou o porta-voz das Relações Exteriores da UE, Michael Mann.
"A UE pede às autoridades ucranianas que adotem medidas concretas para enfrentar os efeitos da justiça seletiva, incluindo os casos de Timoshenko, de (o ex-ministro do Interior Yuri) Lutsenko e outros", completou Mann.
Para protestar contra a detenção de Timoshenko, vários governos europeus, especialmente Alemanha, França e Grã-Bretanha, não enviaram representantes oficiais às partidas de suas seleções na Ucrânia durante a Eurocopa-2012, organizada em conjunto com a Polônia em junho e julho.
Um dos advogados da opositora, Serguei Vlasenko, chamou de "vergonhosa" a sentença do Tribunal de Cassação.
"Não é uma decisão da justiça, mas uma decisão de Yanukovich para manter detida sua principal rival política", declarou o advogado.
Depois de esgotar todos os recursos na Ucrânia, Yulia Timoshenko espera agora uma decisão favorável da Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH).
A filha de Timoshenko, Evguenia, declarou que não é possível obter justiça com as autoridades ucranianas.
Em maio, Timoshenko, que tem hérnia de disco, foi transferida da prisão de Járkov para um hospital público.
A ex-premier também é acusada de fraude fiscal e desvio de recursos em outro julgamento, relacionado a fatos nos anos 1990. Timoshenko também nega as acusações.
*Matéria atualizada às 12h45
Kiev - O Tribunal de Cassação da Ucrânia rejeitou nesta quarta-feira a apelação da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko e confirmou a condenação a sete anos de prisão por abuso de poder, o que levou a União Europeia (UE) a manifestar uma "profunda decepção".
Na prisão há um ano, Timoshenko foi condenada em outubro de 2011 a sete anos de prisão por abuso de poder na assinatura de um contrato de gás com a Rússia, que teria sido prejudicial para os interesses do país, quando era chefe de Governo.
"O colegiado de juízes chegou à conclusão de que o recurso de cassação de Timoshenko não poderia ser aceito", declarou o presidente do tribunal, Oleksandr Elfimov.
Mais de 100 simpatizantes de Yulia Timoshenko protestaram diante do palácio de justiça de Kiev, com cartazes de apoio à opositora e pedidos de "fim da repressão política".
Yulia Timoshenko sempre negou as acusações e denuncia o processo como uma vingança política do presidente Viktor Yanukovich, eleito em 2010.
O caso provocou uma grave crise nas relações entre Kiev e os países ocidentais, que denunciam um pano de fundo político no caso e exigem a libertação da opositora, que não poderá disputar as eleições legislativas de 28 de outubro.
A UE afirmou estar "profundamente decepcionada" com a ratificação da condenação de Timoshenko.
"Constatamos lamentavelmente o resultado desta apelação e estamos profundamente decepcionados com as consequências da situação atual, onde importantes figuras da oposição também foram impedidas de disputar as eleições parlamentares após processos que não respeitaram as normas internacionais de instrução justas, transparentes e independentes", destacou o porta-voz das Relações Exteriores da UE, Michael Mann.
"A UE pede às autoridades ucranianas que adotem medidas concretas para enfrentar os efeitos da justiça seletiva, incluindo os casos de Timoshenko, de (o ex-ministro do Interior Yuri) Lutsenko e outros", completou Mann.
Para protestar contra a detenção de Timoshenko, vários governos europeus, especialmente Alemanha, França e Grã-Bretanha, não enviaram representantes oficiais às partidas de suas seleções na Ucrânia durante a Eurocopa-2012, organizada em conjunto com a Polônia em junho e julho.
Um dos advogados da opositora, Serguei Vlasenko, chamou de "vergonhosa" a sentença do Tribunal de Cassação.
"Não é uma decisão da justiça, mas uma decisão de Yanukovich para manter detida sua principal rival política", declarou o advogado.
Depois de esgotar todos os recursos na Ucrânia, Yulia Timoshenko espera agora uma decisão favorável da Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH).
A filha de Timoshenko, Evguenia, declarou que não é possível obter justiça com as autoridades ucranianas.
Em maio, Timoshenko, que tem hérnia de disco, foi transferida da prisão de Járkov para um hospital público.
A ex-premier também é acusada de fraude fiscal e desvio de recursos em outro julgamento, relacionado a fatos nos anos 1990. Timoshenko também nega as acusações.
*Matéria atualizada às 12h45