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Tribunal Eleitoral é incendiado na Bolívia em meio a greve nacional

Bolívia enfrenta onda de protestos durante apuração da eleições presidenciais

Bolívia: oposição critica apuração de votos (Rodrigo Urzagasti/Reuters)

Bolívia: oposição critica apuração de votos (Rodrigo Urzagasti/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de outubro de 2019 às 14h25.

Última atualização em 23 de outubro de 2019 às 14h26.

La Paz — A greve nacional convocada por parte da população contrária à reeleição do atual presidente da Bolívia, Evo Morales, está sendo parcialmente cumprida nesta quarta-feira em algumas cidades do país, como em Santa Cruz de La Sierra, onde nesta madrugada um grupo incendiou o tribunal eleitoral do departamento.

A imprensa local afirma que a greve é cumprida majoritariamente em Santa Cruz, que amanheceu com ruas bloqueadas e grupos organizados evitando a circulação de veículos.

Durante a madrugada, um grupo não identificado provocou um incêndio no edifício do Tribunal Departamental Eleitoral da cidade, afetando também a estrutura do Serviço de Registro Civil, segundo o diretor departamental do Corpo de Bombeiros, o coronel José Aguilar.

"O fogo afetou quase 80% da estrutura, que colapsou. Há um grande dano, há muita estrutura que está em risco de colapsar. Os bombeiros estão fazendo a perfuração de certos muros para acessar lugares onde o fogo continua", explicou Aguilar, cuja unidade continuava trabalhando para conter as brasas restantes e remover os escombros.

Grupos de opositores e apoiadores do presidente Morales entraram em confronto nesta manhã no bairro Plan 3.000, os primeiros para acatar a greve e os demais contra essa medida.

A greve foi convocada pelo Comitê Nacional de Defesa da Democracia da Bolívia e entidades como o Comitê Cívico de Santa Cruz contra o que consideram uma fraude eleitoral de Morales para evitar um segundo turno com o candidato opositor Carlos Mesa.

A divulgação repentina de uma apuração preliminar e extra-oficial que indicava a Morales a vitória no primeiro turno - embora no domingo a contagem apontasse para um segundo turno com Mesa - resultou em protestos que provocaram distúrbios em diversas partes do país.

O sistema eleitoral na Bolívia considera ganhador ainda no primeiro turno o candidato que obtiver mais de 50% dos votos ou, pelo menos, 40% com uma diferença de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado, marca que está perto de ser alcançada por Morales.

Se nenhum candidato atingir essas porcentagens, os dois mais votados, neste caso Morales e Mesa, irão para o segundo turno, que seria disputado em dezembro.

Tribunal Eleitoral é incendiado na Bolívia em meio a greve parcial

A oposição liderada por Mesa, com o apoio de movimentos sociais contrários a Morales, denuncia uma tentativa de fraude por parte do Tribunal Supremo Eleitoral a favor do atual presidente.

Mesa, que presidiu o país de 2003 até renunciar em meio a uma grave convulsão social em 2005, advertiu na terça-feira que não reconhecerá uma vitória do rival no primeiro turno e se mobilizará para forçar um segundo turno.

O governante boliviano, que ganhou três eleições consecutivas no primeiro turno e está no poder desde 2006, respondeu nesta quarta-feira que seus apoiadores estão em "estado de emergência" para defender o triunfo no primeiro turno.

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