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Tragédia em mina da Turquia deixou 245 mortos

O balanço de mortes na explosão de uma mina no oeste da Turquia chegou a 245

Homem beija filho resgatado na Turquia: registro de mortos é provisório (Bulent Kilic/AFP)

Homem beija filho resgatado na Turquia: registro de mortos é provisório (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2014 às 14h45.

Soma - O balanço de mortes na explosão de uma mina no oeste da Turquia nesta terça-feira chegou a 245, anunciou nesta quarta-feira o ministro da Energia, Taner Yildiz.

O registro é provisório porque, de acordo com o primeiro-ministro, Recep Tayyp Erdogan, que visitou o local do acidente mais cedo, cerca de 120 mineiros ainda estão presos debaixo da terra na cidade de Soma.

Erdogan, que decretou luto nacional de três dias, prometeu uma investigação oficial sobre o acidente.

O drama comoveu o país e desencadeou críticas ao governo, acusado de não monitorar a segurança na indústria da mineração. Manifestações de estudantes foram organizadas em Ancara e Istambul, causando confrontos entre os manifestantes e a polícia.

O papa Francisco pediu aos católicos que rezem pelos trabalhadores turcos.

"A esperança de encontrar sobreviventes na mina diminui, mas vamos continuar até o fim", havia afirmado mais cedo o ministro Yildiz em Soma, localizada no distrito de Manisa.

Yildiz também havia relatado que 363 mineiros foram resgatados depois da tragédia.

No total, 787 trabalhadores estavam na mina no momento da explosão, que aconteceu na terça-feira por volta das 12h30 GMT (09h30 de Brasília) e que, aparentemente, foi provocada por um problema elétrico em um transformador.

A oposição acusou o governo de negligência e os líderes sindicais exigiram a renúncia dos ministros do Trabalho e da Energia.

Há três semanas, o Parlamento, onde o governo tem maioria, rejeitou três projetos da oposição para a criação de uma comissão que investigaria as condições de segurança nas minas.


"Fase crítica"

O Ministério turco do Trabalho e Previdência Social informou que a mina passou por uma inspeção em 17 de março e respeitava as normas de segurança.

"Se houve alguma negligência, não vamos fazer vista grossa. Faremos todo o necessário, incluindo a adoção de medidas administrativas e legais", disse o ministro da Energia.

O Ministério Público da região iniciou uma investigação judicial sobre as razões do acidente.

"Estamos entrando em uma fase crítica. À medida que o tempo passa, seguimos rapidamente para um fim desfavorável", advertiu Yildiz, que anunciou 80 feridos entre as pessoas resgatadas, quatro em estado grave.

Centenas de homens dos serviços de emergência tentam resgatar os mineiros que ainda estão presos, enquanto os parentes mantêm a esperança. Durante a manhã, apenas um sobrevivente foi retirado do local.

A espera por notícias das vítimas é angustiante.

"Busco notícias do meu filho desde o início da tarde", disse à AFP Sena Isbiler, de 50 anos.

"Não tenho notícia alguma. Ele ainda não saiu", lamentou.

"Não existe segurança nesta mina. Os sindicatos são marionetes e a direção pensa apenas no dinheiro", disse o mineiro Oktay Berrin à AFP.

"As pessoas estão morrendo lá dentro, outras estão feridas, e tudo por uma questão de dinheiro", afirmou, revoltado, Turgut Sidal, outro mineiro.

Vedat Didari, especialista em indústria mineradora, explicou à AFP que o principal risco é a falta de oxigênio.

"Se os ventiladores não funcionarem, os mineiros podem morrer em uma hora", disse Didari, da Universidade Bulent Ecevit, em Zonguldak.

O acidente de Soma é uma das maiores tragédias industriais da história da Turquia.

As explosões em minas de carvão são comuns no país, principalmente no setor privado, que, em muitos casos, não respeita as regras de segurança.

O distrito de Soma, que tem cerca de 100.000 habitantes, é um dos principais centros de extração de lignito (carvão fóssil), a principal atividade da região.

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