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Trabalho pela independência não acabou, diz líder separatista basco

Com 21% dos votos nas últimas eleições, o líder separatista basco, Arnaldo Otegi, afirmou que o fim do ETA não acaba com a luta separatista

Otegi: o líder é a segunda força no Parlamento regional basco e obteve 21% dos votos em 2016 (REUTERS/Stringer/Reuters)

Otegi: o líder é a segunda força no Parlamento regional basco e obteve 21% dos votos em 2016 (REUTERS/Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de maio de 2018 às 15h29.

O líder separatista Arnaldo Otegi advertiu nesta quinta-feira (3) que continua "com nosso trabalho e nossa atividade diária", a luta política pela secessão do País Basco, horas depois de a organização separatista ETA anunciar a sua dissolução, após décadas de violência.

"Continuamos sendo um povo que ainda não conhece nem a paz, nem a liberdade. Não vamos parar de buscá-las até alcançá-las, com nosso trabalho e nossa atividade diária", declarou Otegi, em uma breve coletiva de imprensa em San Sebastián, no norte da Espanha.

Otegi, de 59 anos, é o líder da formação independentista Bildu, segunda força no Parlamento regional basco, que obteve 21% dos votos nas eleições de 2016.

Em sua juventude, foi membro da ETA, mas, nos anos 1990, optou pela via política. Em março de 2016, completou uma condenação de seis anos e meio de prisão por tentar refundar o partido Batasuna, tornado ilegal na Espanha por ter-se considerado o braço político da ETA.

Na conversa com a imprensa, deu "as boas-vindas à decisão" da ETA de se dissolver, o que, segundo ele, "reflete sua responsabilidade histórica ao dar por concluída de maneira definitiva e ordenada sua própria atividade".

Ele observou que, "a partir de hoje, abre-se um novo tempo de maneira definitiva", acrescentando que "chegou a hora de dar passos firmes como povo".

O dirigente voltou a chamar de "conflito político" os anos de violência da ETA, responsável pela morte de pelo menos 829 pessoas desde 1968.

Em uma velada alusão a essas vítimas e aos presos da ETA dispersos por prisões espanholas e francesas (cerca de 300), quis "reconhecer todas aquelas pessoas que padeceram esse sofrimento e as que continuam padecendo, sem excluir ninguém".

 

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