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Trabalhistas querem derrubar Boris Johnson para evitar Brexit sem acordo

O primeiro-ministro Boris Johnson tem afirmado que o Reino Unido vai abandonar a União Europeia no dia 31 de outubro, mesmo sem um acordo com o bloco

Brexit: Johnson permanece determinado em deixar a UE mesmo sem acordo, apesar das possíveis dificuldades enfrentadas pelo Reino Unido (Ben Pruchnie/Getty Images)

Brexit: Johnson permanece determinado em deixar a UE mesmo sem acordo, apesar das possíveis dificuldades enfrentadas pelo Reino Unido (Ben Pruchnie/Getty Images)

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AFP

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 16h10.

Os trabalhistas reiteraram nesta quinta-feira (15) seu pedido para outros partidos de oposição e alguns conservadores britânicos para respaldarem seu líder, Jeremy Corbyn, que quer impedir um Brexit sem acordo, derrubando o governo de Boris Johnson.

"Temos que trabalhar em conjunto. Embora não goste do que os outros digam, temos que impedir um Brexit sem acordo", afirmou nesta quinta Rebecca Long-Bailey, ministra da Economia no "governo sombra" de Corbyn, em declarações à rede BBC.

O governo de Johnson se mostrou determinado a abandonar a União Europeia (UE) em 31 de outubro, data prevista atualmente, embora seja sem um acordo com Bruxelas.

O líder dos conservadores dispõe, contudo, de uma pequena maioria no Parlamento britânico e se confronta com uma forte oposição - ainda que dividida - dos trabalhistas, com 247 deputados, o partido nacionalista escocês (SNP), com 35, e os liberais, com 14 representantes.

Long-Bailey pediu à nova presidente do partido liberal democrata (Lib Dem), Jo Swinson, que mude de posição e deixe de lado suas diferenças com a cúpula trabalhista.

Embora tenha garantido nesta quinta-feira que estava "disposta a trabalhar com quem for para deter Boris Johnson" durante seu primeiro discurso após sua nomeação à frente do Lib Dem, Swinson também expressou suas reservas em relação a Corbyn.

Para ela, trata-se de um "fator de divisão", também no seio do trabalhismo.

Swinson sugere um governo presidido pelo deputado com uma trajetória mais longeva na Câmara dos Comuns, como o conservador Ken Clarke, ou a trabalhista Harriet Harman, figuras que claramente não buscam permanecer por muito tempo no poder.

O nacionalista escocês Ian Blackford também manifestou seu apoio a uma moção de censura, enquanto Liz Saville Roberts, do partido galês Plaid Cymru (quatro deputados), deixou a porta aberta para respaldar este Executivo unitário, formado por toda a oposição.

Corbyn escreveu nesta quarta para os principais partidos de oposições, assim como para quatro deputados conservadores, para lhes apresentar seu plano para evitar um Brexit duro.

"Este governo não tem um mandato para levar a cabo uma saída sem acordo, e o referendo de 2016 não rendeu um mandato para uma saída sem acordo", afirmou o líder trabalhista em sua carta.

"Por este motivo, apresentarei uma moção de censura o quanto antes, quando estivermos certos de ganhá-la", acrescentou.

Depois de apresentar a moção de censura, Corbyn explicou que tentará obter o apoio da maioria dos deputados para presidir "um governo provisório, por um período limitado, com o objetivo de convocar eleições gerais".

Para organizar essas eleições antecipadas, o líder trabalhista deseja obter uma nova extensão do Brexit, atualmente previsto para 31 de outubro.

Nessas hipotéticas eleições, Corbyn defenderia a organização de um novo referendo sobre a presença do Reino Unido na UE.

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