Mundo

TPI pede à ONU maior cooperação em investigações

O Conselho encaminhou ao TPI apenas os casos de Darfur e da Líbia, lembrou o presidente da organização, o juiz sul-coreano Song Sang-Hyun

O juiz sul-coreano Song Sang-Hyun: Song falou diante do Conselho durante uma reunião sobre "a promoção do Estado de Direito" e, principalmente, sobre o papel do TPI (©null / null)

O juiz sul-coreano Song Sang-Hyun: Song falou diante do Conselho durante uma reunião sobre "a promoção do Estado de Direito" e, principalmente, sobre o papel do TPI (©null / null)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 18h14.

Nova York - O presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU que encaminhe e coopere de fato com as investigações do Tribunal, e assuma parte dos custos.

O Conselho encaminhou ao TPI apenas os casos de Darfur e da Líbia, lembrou o presidente da organização, o juiz sul-coreano Song Sang-Hyun.

"Mas em ambos os casos, ficou evidente que o acompanhamento desses encaminhamentos foi às vezes problemático", acrescentou.

Ele, implicitamente, referiu-se à recusa de alguns países em implementar o mandado de prisão lançado pelo TPI contra o presidente sudanês, Omar al-Bashir, e à falta de pressão internacional sobre o novo governo da Líbia para que o TPI julgue as lideranças do regime de Kadhafi.

Para que o Tribunal possa fazer o seu trabalho, "ele deve poder contar com a total cooperação de todos os Estados membros da ONU", o que inclui prender suspeitos, considerou o juiz. "No futuro, será muito útil que o Conselho de Segurança lembre esta obrigação de cooperação plena" aos países membros da ONU. Esta obrigação aplica-se inclusive aos países que não assinaram o Estatuto de Roma que criou o TPI, ressaltou o presidente do Tribunal.

Além disso, o juiz considerou ser "difícil justificar" que o Tribunal deva arcar com todos os custos de uma investigação e de um julgamento que foi encaminhado pelo Conselho.

"Quando o Conselho exerce suas prerrogativas, é importante que ele leve em conta a maneira como o TPI terá de cumprir com o seu mandato e a cooperação de que ele necessita para agir de forma eficaz", advertiu Sang-Hyun Song.

Song falou diante do Conselho durante uma reunião sobre "a promoção do Estado de Direito" e, principalmente, sobre o papel do TPI.

Os dois casos de encaminhamento ao TPI pelo Conselho de Segurança ocorreram em março de 2005, para Darfur, e em fevereiro de 2011, para a Líbia.

Embora a ONU suspeite que o regime sírio venha cometendo crimes de guerra em sua luta contra a oposição armada, o Conselho está bloqueado pela Rússia e pela China, que protegem seu aliado sírio de qualquer pressão.

Washington, Moscou e Pequim fazem parte dos membros permanentes do Conselho com poder de veto, mas não aderem aos estatutos do TPI.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaConselho de Segurança da ONUJustiçaLíbia

Mais de Mundo

Apagão cibernético: Governos descartam suspeitas de ataques hacker e mantêm contatos com Microsoft

Apagão cibernético já gerou cancelamento de quase 1.400 mil voos pelo mundo; veja situação por país

António Guterres se diz "decepcionado" após Parlamento de Israel votar contra Estado palestino

Parlamento de Israel votou contra criação de Estado palestino por considerar 'ameaça existencial'

Mais na Exame