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Torturados perguntam o que relatório muda em suas vidas

Relatório que detalha torturas cometidas pela CIA a prisioneiros não apaga sofrimento pelo qual eles passaram, segundo detido espancado e ameaçado com cachorros

Sede da CIA: "por acaso os Estados Unidos vão nos dar indenizações?", pergunta-se ex-detido pela CIA (Alex Wong/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 22h53.

Islamabad - O relatório americano que detalha as torturas infligidas pela CIA a seus prisioneiros não apaga o sofrimento pelo qual eles passaram, declarou à AFP um detido paquistanês que foi espancado e ameaçado com cachorros.

Kamil Shah foi detido em Bagram, uma prisão militar do norte de Cabul, durante muito tempo chamada de "Guantánamo afegão", onde os americanos, quando estiveram à frente dela, foram com frequência acusados de torturar presos acusados de terrorismo .

O relatório senatorial americano publicado na terça-feira, que detalha as torturas aplicadas pela CIA em presos suspeitos de vínculos com a Al-Qaeda em locais secretos de vários países, provocou uma onda de condenações em todo o mundo.

"O que o relatório muda para nós? Por acaso os Estados Unidos vão nos dar indenizações?", pergunta-se o paquistanês Kamil Shah, ao contar por telefone à AFP seus cinco anos de sofrimento em Bagram, entre 2004 e 2009.

Detido pelos americanos no sul afegão, Kamil Shah, de 17 anos, na época, foi libertado após estes cinco anos em Bagram, sem que tenha sido declarado culpado de nada.

"Os americanos detiveram inocentes, os colocaram em celas sem luz, os torturaram durante 5 ou 10 anos, e agora dizem que se equivocaram", queixa-se Kamil, que hoje voltou a sua região do norte do Paquistão.

De seus anos em Bagram, Kamil Shah lembra uma mistura de torturas violentas e não violentas, da falta de luz, dos espancamentos realizados por seus carcereiros, dos intermináveis interrogatórios durante nove ou dez horas, das torturas com eletricidade.

"Às vezes traziam cachorros e me diziam que se não dissesse a verdade me lançariam a eles", relata.

"Fui torturado (...) sem razão alguma, minha vida foi arruinada. Então de que serve este documento?", lamenta Kamil, que pede - sem a menor esperança - se oficialmente absolvido das acusações que valeram sua prisão.

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Islamabad - O relatório americano que detalha as torturas infligidas pela CIA a seus prisioneiros não apaga o sofrimento pelo qual eles passaram, declarou à AFP um detido paquistanês que foi espancado e ameaçado com cachorros.

Kamil Shah foi detido em Bagram, uma prisão militar do norte de Cabul, durante muito tempo chamada de "Guantánamo afegão", onde os americanos, quando estiveram à frente dela, foram com frequência acusados de torturar presos acusados de terrorismo .

O relatório senatorial americano publicado na terça-feira, que detalha as torturas aplicadas pela CIA em presos suspeitos de vínculos com a Al-Qaeda em locais secretos de vários países, provocou uma onda de condenações em todo o mundo.

"O que o relatório muda para nós? Por acaso os Estados Unidos vão nos dar indenizações?", pergunta-se o paquistanês Kamil Shah, ao contar por telefone à AFP seus cinco anos de sofrimento em Bagram, entre 2004 e 2009.

Detido pelos americanos no sul afegão, Kamil Shah, de 17 anos, na época, foi libertado após estes cinco anos em Bagram, sem que tenha sido declarado culpado de nada.

"Os americanos detiveram inocentes, os colocaram em celas sem luz, os torturaram durante 5 ou 10 anos, e agora dizem que se equivocaram", queixa-se Kamil, que hoje voltou a sua região do norte do Paquistão.

De seus anos em Bagram, Kamil Shah lembra uma mistura de torturas violentas e não violentas, da falta de luz, dos espancamentos realizados por seus carcereiros, dos intermináveis interrogatórios durante nove ou dez horas, das torturas com eletricidade.

"Às vezes traziam cachorros e me diziam que se não dissesse a verdade me lançariam a eles", relata.

"Fui torturado (...) sem razão alguma, minha vida foi arruinada. Então de que serve este documento?", lamenta Kamil, que pede - sem a menor esperança - se oficialmente absolvido das acusações que valeram sua prisão.

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