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Todos os planos e opções são avaliadas, diz exército de Israel sobre resposta ao Irã

O porta-voz do IDF disse ainda que o Irã, assim como o Hamas, quer aumentar as tensão no Oriente Médio. Irã afirma que não tem inteção de prolongar conflito

(AFP/AFP)
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 14 de abril de 2024 às 16h06.

Última atualização em 14 de abril de 2024 às 16h23.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram neste domingo, 14, que todos os planos e opções são avaliadas pelo país para uma resposta ao ataque do Irã. Os iranianos enviaram mais de 300 drones e mísseis ao território israelense na noite de sábado, 13, em retaliação bombardeio do consulado do país na Síria no último dia 1º de abril, que causou, entre outras, a morte do comandante da Guarda Revolucionária do Irã.

“A ameaça inédita do Irã encontrou uma operação aérea e tecnológica também inédita, com inteligência superior, ajudada pela coalização de parceiros liderada pelos Estados Unidos, com o Reino Unido, França e outros”, disse o porta-voz Daniel Hagari em entrevista coletiva.

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Hagari disse ainda que Israel conseguiu interceptar 99% dos projeteis e comemorou que o sistema de defesa aérea do país, conhecido como Domo de Ferro, teve sucesso em lidar com cerca de 350 drones kamikazes, mísseis e foguetes disparados por forças iranianas e grupos apoiados pela República Islâmica.

O porta-voz do IDF disse ainda que o Irã, assim como o Hamas, quer aumentar as tensões no Oriente Médio. Hagari afirmou que o ataque do Irã não foi direcionado apenas a Israel, mas a toda região.

"Irã não fez essa ameaça apenas a Israel, mas a todo o Oriente Médio. Diante dessa situação, aprovamos ações defensivas e ofensivas contra o Irã. Continuaremos defendendo o estado de Israel e, junto com os nossos aliados, vamos buscar um cenário de paz na região", concluiu.

O pronunciamento aconteceu após uma reunião de três horas do Gabinete de Guerra do país, sem uma definição sobre qual será a resposta ao ataque ao Irã. Funcionários do governo israelense afirmaram a CNN americana que o gabinete está determinado a responder – mas ainda não decidiu o momento e nem a intensidade. Mais cedo, o ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, disse que Israel “vai exigir um preço do Irã da maneira e no momento que for conveniente”.

O principal porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse nesta manhã que os Estados Unidos vão continuar ajudando Israel a se defender, mas não vão participar de uma contraofensiva ao Irã. Jornais americanos afirmam que Biden afirmou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que não vai apoiar nenhum contra-ataque israelense. A preocupação do governo americano é que uma resposta a retaliação do Irã pode levar a uma guerra na região com efeitos perigosos.

Presidente de Israel fala em declaração de guerra

O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse nessa tarde que os ataques "agressivos e brutais" do Irã configuram uma "declaração de guerra". “Foram mais de 350 armamentos, incluindo mísseis e drones. Foi uma declaração de guerra”, disse Herzog.

O mandatário se referiu durante a entrevista ao Irã e o grupo Hamas como o “império do mal”. Apesar da forte declaração, Herzog afirmou que o país não busca uma guerra e está conversando com aliados, como os Estados Unidos, para pensar nos próximos passos.

"Nós não buscamos a guerra. O que nós devemos entender é que o equilíbrio da situação precisa ser avaliado. Estamos em diálogo constante com nossos aliados e estamos pensando de cabeça fria, em como agir", disse.

Irã afirma que não tem intenção de prolongar "operações de defesa"

Do outro lado do conflito, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse que o país não tem intenção de prolongar o que chamou de “operação defensiva". Ele alertou, porém, que o país não vai hesitar em defender os interesses do Irão em caso de novas agressões.

“A República Islâmica não tem intenção de prolongar as operações defensivas e as medidas de segurança que tomou”, disse ele.

O que se sabe sobre o ataque do Irã a Israel?

O Irã enviou mais de 300 mísseis e drones para atacar o território de Israel no sábado. A ação iraniana foi uma retaliação ao bombardeio do consulado do país na Síria no último dia 1º de abril, que causou, entre outras, a morte do comandante da Guarda Revolucionária do Irã. As tensões entre o Irã e Israel aumentaram desde o início da guerra em Gaza, em outubro.

O país afirmou que o ataque a Israel foi em "legítima defesa" e citou o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas. A Missão Diplomática do Irã disse ainda que considera o assunto "encerrado" e advertiu para que os Estados Unidos fiquem longe da situação. Os iranianos afirmaram também que caso Israel decida revidar, a resposta do Irã será "mais severa".

Autoridades do Irã afirmaram ainda que notificaram países vizinhos que iria realizar os envios. Os drones demoraram horas até chegar ao alvo. Com isso, o Domo de Ferro israelense e aliados do país, como Estados Unidos e Reino Unido, interceptaram os projeteis quando sobrevoavam a Síria e a Jordânia. Israel disse que interceptou 99% dos mísseis e drones, sem graves consequências ao país.

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