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Tobruk ameaça abandonar governo se general Hafter sair

Segundo ele, essa reivindicação entra em conflito com o procedimento escolhido pelo conselho presidencial do governo nacional

General Khalifa Hafter, da Líbia: "Exigimos que se emita um comunicado que confirme que Hafter continuará como comandante chefe do exército" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 10h49.

Trípoli - O representante de Tobruk no governo de união nacional da Líbia , Ali al Katrani, ameaçou abandoná-lo se o general sublevado Khalifa Hafter, antigo membro da cúpula kadafista , for substituído na direção do chamado exército regular líbio.

Em declarações à Agência Efe, fontes do citado governo de consenso revelaram nesta segunda-feira que o deputado que representa a parte oriental do país pediu ontem à noite ao conselho presidencial que tome uma decisão "rápida" para manter Hafter em seu posto.

"Exigimos que se emita um comunicado que confirme que Hafter continuará como comandante chefe do exército, sem afetar suas funções", disse al Katrani.

Segundo ele, essa reivindicação entra em conflito com o procedimento escolhido pelo conselho presidencial do governo nacional, onde aparentemente existe consenso sobre a ideia que os postos de responsabilidade militar devem ficar vagos 20 dias depois da assinatura do acordo político.

Hafter, membro da cúpula militar que em 1968 derrubou o rei Idris I, o que permitiu a ascensão ao poder do coronel Muammar Kadafi, deposto em 2011 durante a primavera árabe, é considerado o principal empecilho para a paz na Líbia.

Transformado no anos 80 em um dos principais opositores no exílio, retornou em 2011 ao seu país desde Estados Unidos - através do Egito - para se somar às forças rebeldes sublevadas.

Em maio de 2014 lançou uma operação militar contra as milícias a favor do governo de Trípoli na cidade de Benghazi, a segunda mais importante do país, cenário desde então de bombardeios que deixaram centenas de mortos civis e obrigaram dezenas de milhares de pessoas a fugir.

Em 2015 foi nomeado chefe das Forças Armadas ligadas ao governo de Tobruk, naquela época o legítimo e reconhecido pela comunidade internacional.

Desde a queda de Kadafi, então, o poder está divido entre dois governos, um em Trípoli e outro em Tobruk, que lutam pelo controle territorial apoiados por senhores da guerra, máfias do tráfico de armas e pessoas e diferentes tipos de milícias.

Do enfrentamento e do vazio de poder se aproveitaram grupos armados ligados ao grupo jihadista Estado Islâmico, que junto com a Organização da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) ampliaram sua influência no país e em todo o norte da África.

A ONU patrocina há mais de um ano um processo de paz para acabar com este vazio de poder e ajudar a reconstruir o país.

Na sexta-feira, o enviado especial das Nações Unidas para a Líbia, Martin Kobler, viajou para Trípoli em uma nova tentativa de convencer o presidente do Congresso Nacional Geral (CNG, o parlamento de Trípoli), Nouri Abu Sahmein, que apoie o governo de União Nacional.

Este último é hostil ao governo, designado em 17 de dezembro sob pressão da própria ONU, e sem o consenso dos dois parlamentos rivais.

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Trípoli - O representante de Tobruk no governo de união nacional da Líbia , Ali al Katrani, ameaçou abandoná-lo se o general sublevado Khalifa Hafter, antigo membro da cúpula kadafista , for substituído na direção do chamado exército regular líbio.

Em declarações à Agência Efe, fontes do citado governo de consenso revelaram nesta segunda-feira que o deputado que representa a parte oriental do país pediu ontem à noite ao conselho presidencial que tome uma decisão "rápida" para manter Hafter em seu posto.

"Exigimos que se emita um comunicado que confirme que Hafter continuará como comandante chefe do exército, sem afetar suas funções", disse al Katrani.

Segundo ele, essa reivindicação entra em conflito com o procedimento escolhido pelo conselho presidencial do governo nacional, onde aparentemente existe consenso sobre a ideia que os postos de responsabilidade militar devem ficar vagos 20 dias depois da assinatura do acordo político.

Hafter, membro da cúpula militar que em 1968 derrubou o rei Idris I, o que permitiu a ascensão ao poder do coronel Muammar Kadafi, deposto em 2011 durante a primavera árabe, é considerado o principal empecilho para a paz na Líbia.

Transformado no anos 80 em um dos principais opositores no exílio, retornou em 2011 ao seu país desde Estados Unidos - através do Egito - para se somar às forças rebeldes sublevadas.

Em maio de 2014 lançou uma operação militar contra as milícias a favor do governo de Trípoli na cidade de Benghazi, a segunda mais importante do país, cenário desde então de bombardeios que deixaram centenas de mortos civis e obrigaram dezenas de milhares de pessoas a fugir.

Em 2015 foi nomeado chefe das Forças Armadas ligadas ao governo de Tobruk, naquela época o legítimo e reconhecido pela comunidade internacional.

Desde a queda de Kadafi, então, o poder está divido entre dois governos, um em Trípoli e outro em Tobruk, que lutam pelo controle territorial apoiados por senhores da guerra, máfias do tráfico de armas e pessoas e diferentes tipos de milícias.

Do enfrentamento e do vazio de poder se aproveitaram grupos armados ligados ao grupo jihadista Estado Islâmico, que junto com a Organização da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) ampliaram sua influência no país e em todo o norte da África.

A ONU patrocina há mais de um ano um processo de paz para acabar com este vazio de poder e ajudar a reconstruir o país.

Na sexta-feira, o enviado especial das Nações Unidas para a Líbia, Martin Kobler, viajou para Trípoli em uma nova tentativa de convencer o presidente do Congresso Nacional Geral (CNG, o parlamento de Trípoli), Nouri Abu Sahmein, que apoie o governo de União Nacional.

Este último é hostil ao governo, designado em 17 de dezembro sob pressão da própria ONU, e sem o consenso dos dois parlamentos rivais.

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