Theresa May mantém principais ministros após eleição
É um sinal da diminuição da autoridade da primeira-ministra, dias antes do início das negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia
Reuters
Publicado em 11 de junho de 2017 às 17h33.
Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May , ficou com sua principal equipe de ministros neste domingo (11), renunciando ao que se tornou uma tradicional remodelação pós-eleições. É um sinal da diminuição de sua autoridade, dias antes do início das negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia.
May está buscando um acordo com um pequeno partido da Irlanda do Norte para permanecer no poder, após ela ter apostado e perdido a maioria parlamentar em uma eleição que ela não precisava ter convocado. Seus apoiadores no Partido Conservador pediram que ela mudasse seu estilo de liderança, enquanto críticos disseram que ela está com os dias contados.
A líder de 60 anos confirmou a maioria de seus ministros na equipe principal, ou gabinete, uma aparente revisão de planos iniciais da retirada daqueles considerados menos leais, um dia após ter aceitado o pedido de demissão de dois de seus auxiliares mais próximos.
"Theresa May é uma morta viva. Basta saber quanto tempo ela permanecerá no corredor da morte", disse à BBC o conservador ex-ministro das Finanças George Osborne, que foi demitido por May quando ela se tornou primeira-ministra no ano passado.
Os conservadores obtiveram 318 assentos na Câmara dos Comuns na eleição de quinta-feira, oito a menos que a maioria absoluta. O Partido Trabalhista, principal componente da oposição, conquistou 262.
O líder do partido Trabalhista, Jeremy Cobyn, disse que ele ainda poderia ser primeiro-ministro, embora seu partido não tenha uma maneira óbvia de obter uma coalizão para conseguir a maioria. Ele disse que uma nova eleição pode ser necessária ainda esse ano ou no início de 2018.
A turbulência política acontece enquanto o Reino Unido está prestes a negociar em 19 de junho os termos de sua saída da União Europeia, em conversas de complexidade sem precedentes que devem ser encerradas no final de março de 2019, quando o Reino Unido deixar o bloco de fato.
Essa linha do tempo parece ainda mais ambiciosa agora do que antes, até porque o desastre eleitoral de May encorajou aqueles dentro de seu próprio partido que são contra sua abordagem de "Brexit rigoroso" para deixar o mercado comum europeu e união aduaneira europeia.