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Terremoto no Japão aumenta conta do setor de seguros em 2011

Grande quantidade de desastres naturais no início do ano deve prejudicar as empresas do setor

Terremoto no Japão: ações das seguradoras caíram após a tragédia (Reprodução)

Terremoto no Japão: ações das seguradoras caíram após a tragédia (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2011 às 16h57.

Frankfurt - O violento terremoto que atingiu o Japão nesta sexta-feira, um mês após o tremor em Christchurch, Nova Zelândia, vai aumentar ainda mais o prejuízo das resseguradoras mundiais, já muito afetadas nestes últimos anos pelas catástrofes naturais.

Nesta sexta-feira, as ações das resseguradoras europeias despencaram na Bolsa: pela manhã, as companhias alemãs Munich Re e Hannover Re perdiam cerca de 5% cada em Frankfurt, bem como a Swiss Re em Zurique, e a francesa Scor registrava queda de mais de 7% na Bolsa parisiense.

"Após as enchentes na Austrália, o terremoto na Nova Zelândia e agora no Japão, a conta das resseguradoras vai ficar salgada logo nos primeiros meses do ano", destacou um analista especializado no setor, preferindo manter o anonimato.

As resseguradoras devem ser "mais afetadas" pela catástrofe do que as seguradoras primárias, já que é da competência delas cobrir os assegurados, relembrou à AFP Christian Muschick, analista do banco privado alemão Silvia Quandt.

A primeira resseguradora mundial, a alemã Munich Re, "pode enterrar definitivamente seus objetivos de resultados para este ano", considerou.

Na quinta-feira, a Munich Re já havia advertido que não conseguiria atingir em 2011 um lucro líquido estável de 2,4 bilhões de euros se o impacto das catástrofes naturais se mostrasse superior às previsões.

O grupo já previa um encargo de cerca de um bilhão de euros para o terremoto de Christchurch na Nova Zelândia em fevereiro e para as enchentes na Austrália no início do ano.

"Temos muitas atividades no Japão. Mas ainda é muito cedo para avaliar nossa exposição", declarou à AFP um porta-voz da Munich Re.

Apesar de as resseguradoras considerarem ser cedo para avaliar os prejuízos, uma nota da corretora JPMorgan Cazenove estima que o custo deve se situar entre 1 e 2 bilhões de dólares. Ainda segundo a corretora, a fatura seria "administrável", mas precisou que a estimativa era "muito preliminar".

Em 1995, o terremoto de Kobe custou cerca de 3,5 bilhões de dólares ao setor de seguros de um prejuízo total de 100 bilhões de dólares, segundo a Swiss Re. A tragédia fez mais de 6.400 vítimas.

Em 2010, as catástrofes naturais somaram prejuízos para o setor de cerca de 37 bilhões de dólares, de acordo com a Munich Re.

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