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Terra natal de Kirchner, refúgio de Cristina e berço de um novo mito político

Cidade de Río Gallegos, na Argentina, faz preparativos para o primeiro aniversário da morte de Néstor Kirchner

A esposa do ex-presidente, Cristina Fernández Kirchner, espera de conseguir sua reeleição dentro de duas semanas (Jeff Zelevansky/Getty Images)

A esposa do ex-presidente, Cristina Fernández Kirchner, espera de conseguir sua reeleição dentro de duas semanas (Jeff Zelevansky/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 07h19.

Buenos Aires - A cidade argentina de Río Gallegos, terra natal de Néstor Kirchner, se transformou em campo fértil para o nascimento de uma nova lenda política e em refúgio para a presidente, Cristina Fernández, à espera de conseguir sua reeleição dentro de duas semanas.

Após sua morte em outubro de 2010, a figura do ex-presidente (2003-2007) foi crescendo na capital da província de Santa Cruz, onde nasceu em 1950 o dirigente peronista com forte vocação para o poder.

Río Gallegos, onde se forjou a carreira política que levou o casal Kirchner à Casa Rosada, se transformou também em asilo para a presidente, que viaja frequentemente à cidade para visitar seu filho e descansar na nova residência que projetou com seu marido e onde tinham pensado se aposentar após o término da sua carreira política.

A cidade também é a base dos negócios familiares, agora nas mãos Máximo, o filho mais velho do casal, de 34 anos. É precisamente ele o encarregado de supervisionar as obras do espetacular mausoléu em homenagem a seu pai levantado pela Austral Construções, propriedade do empresário Lázaro Báez, amigo do ex-presidente e que mantém vínculo estreito com os negócios da família.

Dezenas de operários trabalham agora na empreitada para terminar esta obra apoteótica, de 13 metros de comprimento, 15 de frente e 11 de altura, e inaugurá-la no dia 27, primeiro aniversário da morte de Kirchner.

O mausoléu destoa da simplicidade do cemitério de Río Gallegos, uma construção de linhas retas que ocupará 600 metros quadrados, rodeada por um jardim e terá dois andares e um subsolo, com capacidade para dez caixões.

Na obra foram utilizados materiais da região, como pórfido patagônico, mármore e pedra vulcânica. A construção terá uma porta de acesso blindada e uma cúpula de vidro que facilitará a entrada da luz do sol à câmara funerária.

Além disso, Río Gallegos renderá outra homenagem especial a Kirchner. Nas próximas semanas irão substituir o monumento do polêmico Julio Argentino Rocha (1843-1914), um presidente criticado por causa de suas sangrentas campanhas militares contra os aborígines na Patagônia, por uma estátua em bronze do dirigente peronista.

A estátua já foi esculpida em Buenos Aires, segundo confirmou à Agência Efe seu autor, Jerónimo Villalba, que recusou dar mais detalhes da peça a pedido de seus clientes.

O Kirchner de bronze terá um rosto desafiante, o braço esquerdo levantado e a jaqueta cruzada sem abotoar, tal como costumava usar o ex-presidente.

Os preparativos para a homenagem e a próxima visita da governante, que voltará a Río Gallegos para votar em 23 de outubro, impactam diretamente na campanha eleitoral desta cidade de cem mil habitantes, paradoxalmente governada pelo radicalismo.

Embora, longe da convulsão política vivida em Santa Cruz na última eleição geral, em 2007, desta vez os ânimos estão mais tranquilos e o Governo espera uma grande vitória para os cargos locais após as primárias de agosto, nas quais Fernández alcançou 65% dos votos na província. EFE

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