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Tensão pode gerar novos conflitos próximo à Gaza

Sequestro de três jovens israelenses gerou tensão que pode levar a um novo conflito armado em torno do território palestino


	Tensão após sequestro de três jovens israelenses que pode levar a um novo conflito
 (Said Khatib/AFP)

Tensão após sequestro de três jovens israelenses que pode levar a um novo conflito (Said Khatib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h25.

Jerusalém - Israel convocou nesta segunda-feira o movimento islamita Hamas a deter os disparos oriundos de Gaza, em um contexto de tensão após o sequestro de três jovens israelenses que pode levar a um novo conflito armado em torno do território palestino.

Ao menos 14 foguetes e morteiros foram disparados na manhã desta segunda-feira contra o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza, sem que tenham sido registradas vítimas, anunciou o exército israelense. Os projéteis só danificaram levemente duas casas, acrescentou a fonte.

"Se estes disparos prosseguirem, há duas possibilidades: ou serão detidos pelo Hamas, que é a autoridade responsável na zona, ou nós os deteremos", declarou Netanyahu, em declarações divulgadas pela rádio militar.

"Recomendo energicamente ao Hamas que leve em conta o fato de que não permitiremos que estes disparos continuem ou se estendam", afirmou perante seu conselho de ministros.

Nas últimas duas semanas, sem contar os disparos desta segunda-feira, os grupos palestinos dispararam 25 foguetes ou morteiros contra o sul de Israel, que, de qualquer forma, deram lugar a ataques noturnos de represália.

A tensão na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza aumentou desde 12 de junho passado devido ao sequestro de três jovens israelenses no território palestino ocupado da Cisjordânia, que os israelenses atribuem a militantes do Hamas.

Os serviços de inteligência israelenses revelaram na quinta-feira a identidade dos dois principais suspeitos do sequestro que, afirmam, pertencem ao Hamas. Este último negou estar envolvido no sequestro, informando, no entanto, que apoiava "qualquer ato de resistência contra a ocupação por parte de Israel, que deve pagar por sua tirania".

Na Cisjordânia, desde 12 de junho, no decorrer das operações de busca dos jovens sequestrados, os soldados israelenses mataram cinco palestinos e detiveram 400.

O ministro das Relações Exteriores israelense, o ultradireitista Avigdor Lieberman, propôs novamente que o Estado de Israel volte a ocupar a Faixa de Gaza, evacuada em 2005.

A última grande operação militar de Israel em Gaza ocorreu em novembro de 2012. Durante oito dias, a força aérea israelense lançou centenas de ataques e centenas de projéteis caíram em Israel provenientes do território palestino, chegando em alguns casos a Tel Aviv. Morreram 177 palestinos e seis israelenses, em sua maioria civis.

No entanto, segundo os comentaristas, os atuais chefes militares israelenses se opõem a uma operação terrestre de grande envergadura em Gaza, o que pode deixar vítimas em fileiras do exército e dar lugar a críticas no plano internacional.

Hamas critica presidente palestino

Por sua vez, um líder do Hamas, Musa Abu Marzuk, acusou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, de ter abandonado a Faixa de Gaza, apesar do acordo de reconciliação entre a OLP de Abbas e o movimento islamita.

"Hoje em dia, temo que seja necessário que o Hamas volte a proteger a segurança de seu povo", escreveu no Facebook.

"Gaza não viverá no vazio. Neste momento não está sob a responsabilidade do governo anterior nem sob a responsabilidade do governo de união nacional", acrescentou.

Abbas "não quer se reconciliar. Embora tenhamos lhe dado Gaza, não a tomará", afirmou.

O Hamas renunciou oficialmente ao poder na Faixa de Gaza após a formação, no dia 2 de junho, de um governo de união composto por pessoas independentes.

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