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Temporal na Argentina deixa 14 mortos

O número de mortes informado dobrou nesta quinta-feira em apenas algumas horas

Temporal obrigou o presidente do Uruguai, José Mujica, a suspender a viagem oficial ao Brasil (Luis Acosta/AFP)

Temporal obrigou o presidente do Uruguai, José Mujica, a suspender a viagem oficial ao Brasil (Luis Acosta/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2012 às 19h16.

Buenos Aires/Montevidéu - Ao menos 14 pessoas morreram e 18 ficaram feridas na Argentina por causa de um forte temporal de chuva, granizo e vento, que castigou o Uruguai, obrigando o presidente do país, José Mujica, a suspender a viagem oficial ao Brasil.

O número de mortes informado dobrou nesta quinta-feira em apenas algumas horas, enquanto avançavam os trabalhos da Defesa Civil da Argentina para determinar o número de vítimas da tempestade que em Buenos Aires e nos arredores deixou imagens cinematográficas dignas de filme de ficção científica.

A cobertura de um posto de gasolina foi parar em um gramado, semáforos foram partidos ao meio, árvores caíram sobre veículos e cartazes eram vistos aos pedaços em calçadas. As cenas descritas acima se repetiram por causa do forte temporal que atingiu a capital argentina e sua Região Metropolitana, onde nesta quinta-feira, no entanto, o dia amanheceu ensolarado e sem previsão de chuva.

Depois de enfrentar ventos de cerca de 100 km/h, inúmeras ruas de Buenos Aires e arredores amanheceram nesta quinta-feira bloqueadas pela queda de árvores e postes de luz, além das inundações e outros problemas provocados pela tempestade.

Cerca de 500 pessoas começaram a retornar para suas casas depois de terem de abandoná-las por precaução nos arredores de Buenos Aires, informou o coordenador do Conselho de Emergências provincial, Luciano Timerman.

O temporal, que se estendeu até a madrugada em algumas regiões, também ocasionou cortes de energia elétrica em inúmeros bairros, inconvenientes no abastecimento de água e a interrupção de serviços de trens.

Motivou, além disso, complicações no trânsito, em um momento em que milhares de pessoas viajam para diferentes pontos do país por causa do feriado da Semana Santa.


O subsecretário de Coordenação do Ministério do Planejamento, Roberto Baratta, reivindicou nesta quinta-feira às distribuidoras de energia Edenor, da capital argentina, e Edesur, filial da espanhola Endesa, que devolvam ''rapidamente o abastecimento de energia'' às áreas afetadas pela tempestade.

''As duas distribuidoras deverão repor o serviço no menor prazo possível em Buenos Aires e nos arredores da capital, se isso não ocorrer ambas estarão sujeitas as sanções'', advertiu o funcionário.

Três pessoas morreram em um bairro portenho de Barracas quando desabou sobre eles o teto da moradia simples em que viviam. Outro homem faleceu na região de zona de Flores também por desabamento, apontaram porta-vozes da Polícia.

Nove indivíduos ainda morreram esmagados e em consequência de choques em bairros da região que cerca a capital argentina devido ao temporal que castigou a região, tempestade com ventos fortes ''com rajadas entre 100 km/h e 120 km/h'', afirmou Timerman.

A tempestade se estendeu para a província de Santa Fé, vizinha a Buenos Aires, onde um jovem de 19 anos morreu eletrocutado nesta quinta-feira depois de pisar em um cabo energizado arrebentado pelo temporal.

Por causa dos fortes ventos, oito moradores do bairro portenho de Florencio Varela sofreram lesões. Na cidade de Claypole, mais dez ficaram feridos, dois com gravidade, pelo desabamento do teto de uma igreja.


O temporal foi ''quase um tornado, uma coisa infernal'', definiu o ministro de Espaço Público de Buenos Aires, Diego Santilli, enquanto percorria os bairros mais afetados.

Um deles foi Constituición, onde a antena de uma emissora de rádio caiu sobre um terminal de ônibus, atingindo ao menos oito veículos.

As fortes tempestades foram sentidas nesta madrugada em Montevidéu, o que obrigou Mujica a suspender sua visita oficial nesta quinta-feira ao Brasil para reunir-se com a presidente Dilma Rousseff.

Como confirmou à Agência Efe o porta-voz da Presidência uruguaia, Gonzalo Carámbula, a visita de Mujica ficou ''oficialmente suspensa'' e ''não há data prevista para próxima viagem'', à espera de as autoridades dos países marcarem novo encontro.

''Nosso embaixador (Carlos Amorín) já deve estar por Brasília organizando a agenda. Há muito interesse em marcar esse encontro o mais rápido possível'', justificou Carámbula.

Mujica havia previsto reunir-se com Dilma para discutir os impedimentos comerciais surgidos no bloco do Mercosul, que ambos os países integram com a Argentina e Paraguai, e analisar possíveis fórmulas para reduzir o impacto na economia de seu país.

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