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Temperatura na A.Latina subirá entre 2 e 4 graus no próximo século

Estudo mostra que custos das mudanças climáticas podem chegar a 137% do PIB da região

Segundo o estudo, deve diminuir a quantidade de chuvas na Amazônia (Wikimediacommons)

Segundo o estudo, deve diminuir a quantidade de chuvas na Amazônia (Wikimediacommons)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 17h18.

Cancún - A temperatura da América Latina deve subir no próximo século entre 2 e 4 graus Celsius como consequência da mudança climática, e a região será gravemente afetada pelo aumento do nível do mar, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A Cepal divulgou nesta quarta-feira no marco da 16ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-16) sua última pesquisa sobre os possíveis impactos do fenômeno na região para 2100.

No entanto, o documento assinala que o aumento da temperatura nos próximos 100 anos poderia ser de entre 1 e 6 graus Celsius.

O aumento da temperatura virá acompanhado por mudanças "nos padrões de precipitação", afirma o estudo.

A Cepal espera "um derretimento das geleiras nos países andinos, uma modificação dos padrões de eventos extremos em áreas como Caribe, América Central e a regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, e possíveis modificações em fenômenos climáticos como o El Niño".

O estudo recolhe dados do mesmo relatório publicado em 2009, no qual a comissão já advertia que, sem um acordo internacional para amenizar os efeitos da mudança climática, o custo deste problema poderia significar para a região até 137% de seu Produto Interno Bruto (PIB) atual no ano 2100.

"Se pensávamos que íamos ser mais ricos no futuro, haverá uma porção dessa riqueza que não será materializada pelos efeitos da mudança climática", indicou durante a apresentação do relatório o diretor da divisão de desenvolvimento sustentável e assentamentos Humanos da Cepal, José Luis Samaniego.

As projeções climáticas analisadas por essa agência das Nações Unidas apontam para "uma intensificação das chuvas no centro do México, nas regiões tropicais e no sudeste da América do Sul".

Deverá haver um aumento na quantidade de chuvas no noroeste de Equador, Peru e sudeste da América do Sul, enquanto no leste da Amazônia, nordeste do Brasil, centro-norte do Chile e na maior parte de México e América Central deve chover menos, segundo o organismo internacional.

"Apesar de a intensidade das chuvas em geral aumentar na América Latina e na América Central, se observam também períodos mais longos entre as chuvas (mais dias secos consecutivos)", destaca·

Além disso, na maior parte da América do Sul e da América Central se percebem mudanças positivas na temperatura, assim como um "aumento significativo" das ondas de calor na região, principalmente em Caribe, sudeste da América do Sul e América Central.

A análise da Cepal também alerta que o aumento do nível do mar em mais de um metro afetaria principalmente México, Brasil e Colômbia em relação aos recursos da natureza.

Já em relação ao número de pessoas afetadas por um aumento do nível do mar de entre um e dois metros, o país mais prejudicado seria o Brasil, seguido por Peru, Cuba e México, afirma o organismo.

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