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Temer: presidência da Câmara será definida em janeiro ou fevereiro

Vice-presidente eleito voltou a defender alternância entre PT e PMDB no comando da casa

Michel Temer é o atual presidente da Câmara e o vice-presidente eleito do país (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Michel Temer é o atual presidente da Câmara e o vice-presidente eleito do país (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 16h14.

Buenos Aires - O presidente da Câmara dos Deputados e vice-presidente da República eleito, Michel Temer (PMDB-SP), disse, durante entrevista coletiva na capital argentina, que somente em janeiro ou fevereiro será decidido qual partido ocupará a presidência da Casa no primeiro biênio de 2011.

Segundo Temer, que está em Buenos Aires para participar de um encontro de parlamentares ibero-americanos, é preciso levar em conta a primeira e a segunda maiores bancadas na Câmara para tomar a decisão.

Temer defende que seja adotado o mesmo esquema desta legislatura.

“Um biênio foi do PT, outro do PMDB. Nós registramos isso por escrito. Naquela ocasião, não envolvemos o Senado Federal porque lá existe uma regra regimental que estabelece que a maior bancada, necessariamente, é a titular da presidência. Na Câmara, não temos esse dispositivo. Então, é preciso fazer um ajustamento”, disse ele, que é um dos coordenadores da equipe de transição de governo.

O parlamentar lembrou que, à época, o PT era a segunda bancada. “O PMDB fez um acordo e abriu mão do primeiro biênio, entregando a presidência ao PT com o compromisso de ser eleito no segundo biênio. Deu certo e pacificou muito as relações entre os dois partidos. Não apenas isso, mas também os partidos da base aliada, porque quando se fala em PMDB e PT não se pode esquecer que há um núcleo de vários partidos que apoiam o governo."

Temer lembrou que o PMDB e o PT serão as maiores bancadas na próxima legislatura. "Não sei como os partidos vão reagir a isso [rodízio na presidência da Câmara], mas acho que estão reagindo bem. O que o PMDB não vai fazer é criar um problema logo no começo do governo, pela óbvia razão de que o partido tem um representante nele. Vamos pensar em termos político-partidários, mas, também, em termos de governo. O ponto fundamental é que estamos trabalhando muito para que isso não seja um fator de trauma político logo no início do governo."

O presidente da Câmara e vice-presidente da República eleito disse que a definição da composição do novo governo, com a formação dos ministérios, é a prioridade no momento. "Todos os partidos querem ampliar seu espaço no governo."

Temer afirmou que o PMDB, “de alguma maneira, se for possível”, também quer ampliar o seu espaço. “O que eu propus logo na primeira reunião que tive com o José Eduardo Dutra [presidente do PT e um dos coordenadores da equipe de transição] e, na sequência, durante café da manhã com a presidenta eleita, Dilma Rousseff, foi que é melhor manter a equação utilizada pelo atual governo. Se essa equação for mantida, não há como reclamar”, disse. “O que menos precisamos agora é de confrontações ou distúrbios políticos. Não estou dizendo que isso seja a solução já acertada mas foi bem recebida", completou.

Temer acrescentou que não se pode pensar que cada ministro servirá ao partido a que pertence. "O ministro vai servir ao governo. O que estamos fazendo na equipe de transição é ouvir os partidos. Na volta da presidenta da Coreia, vamos conversar sobre isso. Os partidos já foram ouvidos".

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