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Técnica para reduzir aquecimento global custa até US$ 5 bi

Estudo mostra que, apesar de controversa, tecnologia capaz de refletir radiação solar de volta para o espaço existe e é acessível economicamente

Fábrica sob o ceú iluminado pelo pôr-do-sol, na Califórnia, Estados Unidos (Getty Images/Reprodução)

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 16h18.

São Paulo – Um estudo de custo das tecnologias necessárias para reduzir a quantidade de luz solar que atinge a Terra e, portanto, mitigar os efeitos do aquecimento global , mostrou que elas são viáveis e podem custar menos de 5 bilhões de dólares por ano. Pesquisadores de três instituições americanas, a Universidade de Harvard, a Carnegie Mellon University e a Aurora Flight Sciences, analisaram os custos para implementação de um sistema de geoengenharia chamado gestão da radiação solar (SRM, na sigla em inglês), que prevê manipulações do clima de maneira a reduzir os riscos de aquecimento global resultantes da emissão de gases com efeito de estufa (GEEs). O estudo foi divulgado na publicação científica Environmental Research Letters.

Entre as medidas avaliadas está, por exemplo, o bombeamento de toneladas de aerossóis de enxofre na estratosfera que, por reação química natural, ajudaria a refletir a radiação que incide no planeta de volta para o espaço, reduzindo assim a temperatura média da Terra. Na prática, dizem os pesquisadores, seria como reproduzir artificialmente os efeitos das erupções vulcânicas para combater o aquecimento global . Foi o que aconteceu, de forma natural, com a erupção do monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, quando o ácido sulfúrico emitido fez com que a temperatura local diminuísse em média 0,5ºC.

AInda segundo o estudo, o uso de aeronaves para aspergir as soluções de enxofre na estratosfera é, dentro das capacidades atuais da engenharia aeroespacial, um dos caminhos mais acessíveis para implentação da técnica de mitigação. No entanto, os autores afirmam que a estratégia estudada não é necessariamente a melhor solução para combater o aquecimento global, e que tal afirmação só poderia ser feita após a investigação aprofundada de suas implicações e riscos. Eles observaram que há pesquisas que apontam que os efeitos de gestão da radiação solar não são uniformes, e que podem provocar diferentes variações de temperatura e precipitação em diferentes países.

Soluções radicais

A ideia de bombear enxofre na atmosfera faz parte de um conceito mais amplo chamado de Geoengenharia, que engloba os esforços em usar a tecnologia para manipular o meio ambiente. Em geral, as propostas esbarram em questões éticas e políticas ligadas às incertezas sobre os efeitos colaterais de intervenção no delicado ecossistema terrestre.

O estudo mais recente sobre o tema foi publicado mês passado no periódico científico Philosophical Transactions of the Royal Society, que contempla um projeto de borrifamento de vapor de água salgada sobre o mar para induzir a formação de nuvens espessas e brancas capazes de refletir a luz solar. Mas não faltam outras propostas inusitadas para combater o aquecimento do planeta. E as soluções vão da histérica proposta de extermínio de camelos na Austrália aos planos de colocar em órbita um gigante "guardassol".

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São Paulo – Um estudo de custo das tecnologias necessárias para reduzir a quantidade de luz solar que atinge a Terra e, portanto, mitigar os efeitos do aquecimento global , mostrou que elas são viáveis e podem custar menos de 5 bilhões de dólares por ano. Pesquisadores de três instituições americanas, a Universidade de Harvard, a Carnegie Mellon University e a Aurora Flight Sciences, analisaram os custos para implementação de um sistema de geoengenharia chamado gestão da radiação solar (SRM, na sigla em inglês), que prevê manipulações do clima de maneira a reduzir os riscos de aquecimento global resultantes da emissão de gases com efeito de estufa (GEEs). O estudo foi divulgado na publicação científica Environmental Research Letters.

Entre as medidas avaliadas está, por exemplo, o bombeamento de toneladas de aerossóis de enxofre na estratosfera que, por reação química natural, ajudaria a refletir a radiação que incide no planeta de volta para o espaço, reduzindo assim a temperatura média da Terra. Na prática, dizem os pesquisadores, seria como reproduzir artificialmente os efeitos das erupções vulcânicas para combater o aquecimento global . Foi o que aconteceu, de forma natural, com a erupção do monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, quando o ácido sulfúrico emitido fez com que a temperatura local diminuísse em média 0,5ºC.

AInda segundo o estudo, o uso de aeronaves para aspergir as soluções de enxofre na estratosfera é, dentro das capacidades atuais da engenharia aeroespacial, um dos caminhos mais acessíveis para implentação da técnica de mitigação. No entanto, os autores afirmam que a estratégia estudada não é necessariamente a melhor solução para combater o aquecimento global, e que tal afirmação só poderia ser feita após a investigação aprofundada de suas implicações e riscos. Eles observaram que há pesquisas que apontam que os efeitos de gestão da radiação solar não são uniformes, e que podem provocar diferentes variações de temperatura e precipitação em diferentes países.

Soluções radicais

A ideia de bombear enxofre na atmosfera faz parte de um conceito mais amplo chamado de Geoengenharia, que engloba os esforços em usar a tecnologia para manipular o meio ambiente. Em geral, as propostas esbarram em questões éticas e políticas ligadas às incertezas sobre os efeitos colaterais de intervenção no delicado ecossistema terrestre.

O estudo mais recente sobre o tema foi publicado mês passado no periódico científico Philosophical Transactions of the Royal Society, que contempla um projeto de borrifamento de vapor de água salgada sobre o mar para induzir a formação de nuvens espessas e brancas capazes de refletir a luz solar. Mas não faltam outras propostas inusitadas para combater o aquecimento do planeta. E as soluções vão da histérica proposta de extermínio de camelos na Austrália aos planos de colocar em órbita um gigante "guardassol".

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