O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, volta hoje das férias de verão para a reta final de seu mandato. A julgar pelo primeiro compromisso, os meses derradeiros não devem ser um passeio no parque. Obama vai a Baton Rouge, na Louisiana, consolar famílias que lidam com um desastre depois do outro.

O mais recente, da semana passada, é decorrência de fortes chuvas que atingiram a região e deixaram diversas cidades debaixo d’água, com 30 mortos e mais de 40.000 casas atingidas – é um dos piores desastres recentes do país. Em julho, a cidade já havia sido sede de intensos protestos após um policial branco matar um homem negro do lado de fora de uma loja de conveniência. As autoridades locais e a população reclamaram do pouco caso dos políticos sobre o desastre recente. O próprio Obama não antecipou o fim das férias e chega uma semana depois das enchentes, levantando críticas de seus opositores.

Na campanha presidencial, enquanto a candidata democrata Hillary Clinton se limitou a postagens em redes sociais pedindo que os americanos doassem para a Cruz Vermelha e associações locais, o concorrente republicano, Donald Trump, foi mais presente. Na sexta-feira, apareceu no estado distribuindo mantimentos em um gigantesco caminhão enquanto cumprimentava pessoas que tentavam limpar e reconstruir suas casas. Deve ter ganho alguns votos. Daqui pra frente, cada passo de Obama, Trump e Hillary conta. Ela lidera as pesquisas por 8 pontos percentuais, 47% ante 39% de Trump. Ele se complica a cada semana diante de declarações polêmicas ou de embates com seus assessores.

Deslizes como o de Baton Rouge são péssimos para os democratas. A ideia toda é que a popularidade de Obama carregue Hillary, que ainda tem pontas soltas em sua campanha. Uma deles se mostrou ontem: o FBI anunciou que vai divulgar cerca de 15.000 e-mails que estavam no servidor privado dela dias antes da eleição. Trump mostrou em Louisiana que não está morto. Faltam pouco mais de 70 dias para o pleito.