Talibã: garantiu que os insurgentes continuarão em sua luta até que os EUA abandonem o país (AFP/AFP)
EFE
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 09h57.
Cabul - Os talibãs advertiram nesta terça-feira que o Afeganistão se transformará no "cemitério" dos Estados Unidos depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou um aumento indeterminado de suas tropas no país asiático e "mudanças drásticas" em sua estratégia.
"Se os EUA não retirarem suas forças do Afeganistão, não está longe (o dia em que) o Afeganistão se transformará no cemitério do século XXI do império americano", indicou em um comunicado remitido à Agência Efe o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.
Trump anunciou há algumas horas em um discurso à nação que fará "mudanças drásticas" em sua estratégia no Afeganistão, já que a retirada das tropas teria efeitos "inaceitáveis" na região, mas não detalhou quantos soldados enviará ao país asiático.
O porta-voz talibã garantiu que os insurgentes continuarão em sua luta até que os EUA abandonem o país.
"Enquanto um soldado dos EUA permanecer no país (...), continuaremos com nossa jihad contra eles com a moral forte, com plena vontade e mais sobriedade", detalhou o líder talibã.
Mujahid assegurou que a "libertação do território afegão dos invasores" supõe uma obrigação religiosa e moral para os afegãos.
"Era necessário que a América pensasse em retirar suas forças ao invés de continuar a guerra", acrescentou o porta-voz talibã, que afirmou que o Afeganistão não representa "nenhuma ameaça para ninguém".
A reação dos talibãs chega depois que o presidente americano anunciou que seu país seguirá envolvido na guerra do Afeganistão, que já dura 16 anos.
Apesar de Trump não ter detalhado o número de tropas que enviará, fontes do Congresso citadas pela imprensa dos EUA indicam que por volta de mais 4 mil militares serão enviados ao país asiático, onde já estão alocados 8.400 soldados.
Segundo o relatório do Inspetor Especial para o Afeganistão (SIGAR, sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgado este mês, a guerra no Afeganistão está "atravancada", com os insurgentes controlando cerca de 40% do país.