Talibãs afegãos afirmam que estão abertos a diálogo com EUA
Premissa para negociação é o fim à invasão no Afeganistão, mas Trump anunciou em agosto estratégia que incluía o aumento de tropas
EFE
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 13h55.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2018 às 13h56.
Cabul - Os talibãs afegãos afirmaram nesta quarta-feira que estão abertos a manter um "diálogo" com os Estados Unidos e pediram à sua população que pressionem às autoridades americanas para que ponham ponto final à invasão no Afeganistão.
"Ainda acreditamos que não é tarde demais para que o povo dos EUA se dê conta que o Emirado Islâmico - como se autodenominam os talibãs - pode resolver seus problemas com todas as partes através de políticas razoáveis e diálogo", afirmou o grupo insurgente em carta aberta à população americana.
Na carta, divulgada em seu site, declararam que sua "preferência" é resolver o conflito iniciado em 2001 através de "diálogos pacíficos", e acrescentaram que o "desnecessário" uso da força só complica o problema do Afeganistão.
Por isso, pediram aos americanos e aos congressistas "amantes da paz" que pressionem Washington para que termine com a "ocupação" do país asiático, uma premissa que os talibãs sempre impuseram como condição para iniciar qualquer tipo de negociação.
Há algumas semanas, o governo afegão revelou que se iniciou um processo de aproximação com facções talibãs na Turquia com vistas a iniciar um processo de paz, uma opção que de novo o principal grupo talibã, liderado por Hibatullah Akhundzada, rejeitou.
Os talibãs fizeram um contato inicial com o governo afegão no Paquistão em julho de 2015, mas o processo ficou suspenso poucos dias depois devido à confirmação da morte do fundador do movimento insurgente, o mulá Omar, dois anos antes.
O Afeganistão atravessa um dos seus períodos mais sangrentos após o final em 2015 da missão de combate da OTAN .
O presidente dos EUA, Donald Trump , anunciou em agosto do ano passado uma nova estratégia para o Afeganistão que incluía o aumento de tropas até 14.000 soldados e uma postura dura para o Paquistão, país que Washington acusa de ajudar os talibãs.