Afeganistão: "a responsabilidade de dar um fim a esta guerra também repousa em seus ombros", afirmou o grupo (Patrick Baz/AFP)
Reuters
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 17h56.
Cabul - O Talibã pediu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que retire as forças de seu país do "atoleiro" do Afeganistão, dizendo que nada foi conquistado em 15 anos de guerra além de derramamento de sangue e destruição.
Em uma carta aberta ao novo líder norte-americano, publicada em um de seus sites oficiais, o movimento insurgente disse que os EUA perderam credibilidade depois de gastarem um trilhão de dólares em um envolvimento infrutífero.
"Então, a responsabilidade de dar um fim a esta guerra também repousa em seus ombros", afirmou o grupo.
Até agora, Trump falou pouco em público sobre o Afeganistão, onde cerca de 8.400 soldados dos EUA permanecem como parte da missão de treinamento da coalizão liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em apoio às forças locais, além de uma missão norte-americana separada de contraterrorismo.
Dois de seus escolhidos para a área de segurança - o fuzileiro naval reformado e general James Mattis, secretário de Defesa, e o ex-general Michael Flynn, conselheiro de Segurança Nacional - têm ampla experiência em solo afegão.
O Talibã, entretanto, alertou Trump para que não conte com o tipo de relatos "nada realista" apresentado pelos generais a seus ex-presidentes, dizendo: "Eles enfatizariam a continuação da guerra e a ocupação do Afeganistão porque podem ter posições melhores e privilégios na guerra".
Os EUA não aceitariam forças estrangeiras em seu território, nem mesmo em um país vizinho, disse o Talibã, que acusou Washington de impor uma "administração postiça" no Afeganistão em face da resistência muçulmana popular.
Trump criticou gestões norte-americanas anteriores duramente pela maneira como lidaram com os conflitos no mundo muçulmano, mas também prometeu erradicar militantes islâmicos em todo o mundo.