Mundo

Tailândia espera decisão crucial sobre eleições

A primeira-ministra Yingluck Shinawatra está sob pressão dos manifestantes que pedem sua saída


	Manifestantes tailandeses durante um protesto em Bangcoc: eles querem substituir o governo por um conselho do povo não eleito 
 (Pornchai Kittiwongsakul/AFP)

Manifestantes tailandeses durante um protesto em Bangcoc: eles querem substituir o governo por um conselho do povo não eleito  (Pornchai Kittiwongsakul/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 06h44.

Bangcoc - O governo tailandês, que enfrenta há três meses um movimento nas ruas exigindo sua saída, esperava nesta sexta-feira uma decisão judicial crucial para a realização das eleições de 2 de fevereiro que seus opositores prometeram impedir.

A primeira-ministra Yingluck Shinawatra está desde o outono (do hemisfério norte) sob pressão dos manifestantes que pedem sua saída, mas também o fim da influência de sua família na política e, em particular, de seu irmão Thaksin, odiado.

Os manifestantes, que querem substituir o governo por um conselho do povo não eleito, acusam o ex-primeiro-ministro deposto por um golpe de Estado militar em 2006 de seguir dirigindo o país através de sua irmã, apesar de seu exílio para evitar a prisão por desvio de fundos.

Também rejeitam as eleições legislativas antecipadas, que têm todas as chances de serem conquistadas novamente pelo partido Puea Thai, no poder, enquanto a principal força da oposição, o Partido Democrata, as boicota.

Algumas circunscrições, em particular no sul, bastião democrata, não têm nenhum candidato porque os manifestantes bloquearam o registro das candidatura, o que pode impedir a nomeação de um novo governo, independentemente dos resultados.

O líder dos manifestantes, Suthep Thaugsuba, ameaçou na quinta-feira "fechar todas a estradas" que levam aos colégios eleitorais, ignorando o estado de emergência instaurado em Bangcoc.


Em meio a esta crise política que já deixou nove mortos, a comissão eleitoral pediu que a Corte Constitucional adie as eleições.

A comissão também pediu que os juízes digam claramente quem tem o poder para adiar a votação, se ela ou o governo, que se nega a fazê-lo.

O mesmo tribunal aplicou um golpe no governo em novembro, ao considerar anticonstitucional a tentativa do Pue Thai de converter o Senado em uma câmara totalmente eleita.

O Tribunal também expulsou do poder dois primeiros-ministros pró-Thaksin em 2008.

O status da Corte Constitucional é muito controverso, comentou Sunai Phasuk, da Human Rights Watch, apontando que é "produto do golpe de Estado de 2006".

Este golpe, acompanhado de manifestações de "camisas amarelas" monárquicos anti-Thaksin, precipitou a Tailândia em uma série de crises que levaram às ruas partidários ou opositores do multimilionário que continua sendo, apesar de seu exílio, o fator que divide a sociedade.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesProtestosProtestos no mundoTailândia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo