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"Sustentabilidade é palavra de ordem", diz Roberto Civita

Evolução do conceito de responsabilidade social evoluiu no país, afirma o presidente do Grupo Abril

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 08h31.

Durante a cerimônia de premiação das empresas com as melhores práticas sociais de 2006, nesta quarta-feira (29/11), o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, destacou a evolução do conceito de responsabilidade social no mundo corporativo brasileiro. Leia, a seguir, a íntegra de seu discurso.

Sete anos se passaram desde que a revista EXAME tomou a decisão pioneira de publicar o primeiro número deste guia, uma iniciativa que, desde sua origem, tem como objetivo traçar o mais completo retrato das práticas de responsabilidade empresarial adotadas no ambiente de negócios brasileiro. Na época, a boa cidadania corporativa era um conceito praticamente incipiente no Brasil. Incipiente e mal compreendido. Para a maior parte das pessoas, empresa socialmente responsável era aquela que não poluía ou onde acionistas ou executivos se dedicavam à filantropia.

O que assistimos a partir de então foi a extraordinária evolução da sociedade, das empresas e do próprio conceito de responsabilidade corporativa. Aliás, este é um termo que vem sendo suplantado. A palavra de ordem no mundo dos negócios - tão importante quanto crescimento e lucro - é sustentabilidade. A forma como as companhias se posicionam em relação às demandas do planeta, de seus consumidores e clientes, de seus acionistas, de seus funcionários, do governo e da sociedade tornou-se decisiva para a garantia de sua perenidade. Pode-se concordar ou discordar com várias dessas demandas. Certamente, nem todas elas serão justas ou racionais. Mas é virtualmente impossível, hoje, ignorá-las.

Não estou me referindo a discursos bem intencionados. Estamos falando de algo a que todos aqui se dedicam diariamente: o sucesso dos negócios. Ele depende, por sua vez, não apenas dos nossos esforços, mas também de uma força maior chamada mercado. E é essa força que, cada vez mais, exige posturas responsáveis por parte das empresas. Vejam, por exemplo, o que está acontecendo na frente do aquecimento global. Até muito recentemente, as discussões restringiam-se a grupos de cientistas e de ambientalistas. Hoje, o aquecimento global está na pauta dos presidentes dos países e de muitas das maiores companhias do planeta. É certo, também, que um número cada vez maior de consumidores e clientes só aceitarão comprar de empresas que se mostrarem preocupadas com o assunto. Não estamos mais falando de opção, mas de obrigações impostas pela evolução e conscientização do planeta.


As empresas aqui representadas esta noite têm o mérito de ter enxergado essa realidade muito antes que outras. Vocês formam o que podemos chamar de "elite da sustentabilidade empresarial" no Brasil. Chegar até onde chegaram é uma tarefa espinhosa, que demanda convicção, tempo, energia e obstinação. Em algum ponto do passado, as mais de 200 empresas que participaram desta sétima edição do Guia de Boa Cidadania Corporativa resolveram, que a sustentabilidade poderia ser uma grande estratégia de negócios, que traria como frutos crescimento, lucros e perpetuidade.

Cerca de um terço das companhias citadas na nova edição do Guia da Boa Cidadania estão também no Guia das Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, publicado por EXAME E VOCÊ S/A. Mais de 90% delas possuem ações relacionadas ao consumo consciente e à eco-eficiência de suas operações. Praticamente a mesma proporção conta com um conselho de administração independente - um sinal de evolução na governança corporativa. No total, as empresas participantes inscreveram 700 práticas de gestão - relacionadas a meio-ambiente, governança corporativa, funcionários, consumidores e clientes, comunidade, governo e sociedade em geral. Um grupo de especialistas selecionou 500 delas, que podem ser replicadas por empresas de todos os tipos e tamanhos.

Os frutos dessas estratégias de sustentabilidade começam a se tornar visíveis e mensuráveis. Há exatamente um ano, a Bolsa de Valores de São Paulo lançou seu Índice de Sustentabilidade Empresarial. Nesse período, sua valorização foi de 21,6%, comparada a 17,3% do Ibovespa. Na Bolsa de Nova York, há anos as empresas consideradas sustentáveis registram cotações superiores à média. Eis a prova da confiança do mercado nesse tipo de estratégia de longo prazo.

Senhoras e senhores, esses são tempos de enormes desafios para aqueles que se dedicam à arte de comandar empresas. As fronteiras se dissipam. A informação se democratiza e corre a uma velocidade nunca vista. O consumidor ganha um poder inimaginável. A imagem das marcas e empresas tem um peso cada vez maior. São desafios para os quais precisamos encontrar respostas. E assumir uma posição que reconhece e reflete a nossa percepção de grande responsabilidade que temos no conjunto do desenvolvimento do país só pode ser aplaudido e incentivado.

Vocês, aqui presentes, já estão neste bom caminho. Sei que falo em nome de todos ao dar os nossos mais calorosos parabéns.

Muito obrigado.

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