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Suspeito dos disparos denuncia complô fascista da imprensa

As análises e as provas genéticas confirmaram que se trata da mesma pessoa que na segunda-feira abriu fogo no jornal "Liberation"

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2013 às 15h03.

Paris - O suposto autor dos disparos contra meios de comunicação em Paris denunciou um complô fascista, o capitalismo e a imprensa em cartas encontradas em seu poder após sua detenção na quarta-feira, informou nesta quinta-feira o procurador do caso, François Molins.

O detido, Abdelhakim Dekhar, de 48 anos, nascido na França, já havia cumprido quatro anos de prisão por cumplicidade com ativistas de ultra-esquerda que protagonizaram um tiroteio mortal há duas décadas.

As análises e as provas genéticas confirmaram que se trata da mesma pessoa que na segunda-feira abriu fogo no jornal "Liberation", ferindo gravemente o assistente de um fotógrafo, antes de disparar contra um banco no bairro de negócios de La Défense e de sequestrar brevemente um motorista.

Alguns dias antes havia entrado, armado, na sede da rede de informação BFMTV, sem provocar vítimas.

Foi detido na quarta-feira em um estacionamento subterrâneo de Bois-Colombes, nordeste de Paris, em estado "semiconsciente, sem dúvida depois de ter tomado medicamentos", e foi colocado em prisão preventiva com vigilância médica. "Tudo leva a crer que tentou se suicidar", declarou o ministro francês do Interior, Manuel Valls.

"Tudo demonstra hoje seu envolvimento nos incidentes pelos quais é acusado há vários dias", acrescentou.

Havia deixado cartas que denunciavam um complô fascista, o capitalismo e a "manipulação das massas pelos meios de comunicação", revelou o procurador, acrescentando que Dekhar é um ex-militante anticapitalista de extrema-esquerda e que agiu sozinho.

Dekhar foi localizado graças à informação de uma pessoa que o deixava dormir em sua casa de vez em quando, indicou o diretor da policia judicial parisiense, Christian Flaesch. "Ele teria dito, ao falar do caso do atirador: 'Fiz uma estupidez'", segundo outra fonte próxima ao caso.

Já o presidente François Hollande celebrou "a eficiência dos serviços da polícia e da justiça".


Havia cumprido quatro anos de prisão

Abdelhakim Dekhar frequentou nos anos 90 casas ocupadas por grupos anarquistas e de extrema-esquerda.

Conhecido na época pelo apelido de "Toumi", esteve vinculado, em particular, a Florence Rey e ao seu companheiro Audry Maupin, protagonistas em 1994 de uma sangrenta perseguição que deixou cinco mortos - entre eles três policiais - nas ruas da capital. Em 1998, foi condenado a quatro anos de prisão por ter comprado a escopeta usada pelo casal.

A perseguição se originou depois que Rey e Maupin invadiram um depósito de veículos de Pantin, nos arredores de Paris, provavelmente para roubar duas pistolas com as quais queriam cometer um crime.

As autoridades classificaram na época os dois jovens como "potenciais imitadores de Action Directe", em referência a um grupo de extrema-esquerda que atuou na França nos anos 1980.

Durante seu julgamento, Dekhar, que na época tinha 33 anos, havia tentado convencer o tribunal de que era um agente da Segurança militar argelina que tinha a missão de se infiltrar na esquerda-radical francesa com o objetivo de buscar conexões com islamitas na Argélia.

Segundo o procurador do caso, Dekhar tem "tendências para confabular", mas não tem nada de louco, de acordo com os especialistas psiquiátricos ouvidos na época.

Após sua saída da prisão, Dekhar não havia voltado a chamar a atenção e seu DNA não estava no sistema policial porque nesta época não existiam arquivos deste tipo. "Provavelmente estava no exterior", declarou o ministro do Interior.

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O detido, Abdelhakim Dekhar, de 48 anos, nascido na França, já havia cumprido quatro anos de prisão por cumplicidade com ativistas de ultra-esquerda que protagonizaram um tiroteio mortal há duas décadas.

As análises e as provas genéticas confirmaram que se trata da mesma pessoa que na segunda-feira abriu fogo no jornal "Liberation", ferindo gravemente o assistente de um fotógrafo, antes de disparar contra um banco no bairro de negócios de La Défense e de sequestrar brevemente um motorista.

Alguns dias antes havia entrado, armado, na sede da rede de informação BFMTV, sem provocar vítimas.

Foi detido na quarta-feira em um estacionamento subterrâneo de Bois-Colombes, nordeste de Paris, em estado "semiconsciente, sem dúvida depois de ter tomado medicamentos", e foi colocado em prisão preventiva com vigilância médica. "Tudo leva a crer que tentou se suicidar", declarou o ministro francês do Interior, Manuel Valls.

"Tudo demonstra hoje seu envolvimento nos incidentes pelos quais é acusado há vários dias", acrescentou.

Havia deixado cartas que denunciavam um complô fascista, o capitalismo e a "manipulação das massas pelos meios de comunicação", revelou o procurador, acrescentando que Dekhar é um ex-militante anticapitalista de extrema-esquerda e que agiu sozinho.

Dekhar foi localizado graças à informação de uma pessoa que o deixava dormir em sua casa de vez em quando, indicou o diretor da policia judicial parisiense, Christian Flaesch. "Ele teria dito, ao falar do caso do atirador: 'Fiz uma estupidez'", segundo outra fonte próxima ao caso.

Já o presidente François Hollande celebrou "a eficiência dos serviços da polícia e da justiça".


Havia cumprido quatro anos de prisão

Abdelhakim Dekhar frequentou nos anos 90 casas ocupadas por grupos anarquistas e de extrema-esquerda.

Conhecido na época pelo apelido de "Toumi", esteve vinculado, em particular, a Florence Rey e ao seu companheiro Audry Maupin, protagonistas em 1994 de uma sangrenta perseguição que deixou cinco mortos - entre eles três policiais - nas ruas da capital. Em 1998, foi condenado a quatro anos de prisão por ter comprado a escopeta usada pelo casal.

A perseguição se originou depois que Rey e Maupin invadiram um depósito de veículos de Pantin, nos arredores de Paris, provavelmente para roubar duas pistolas com as quais queriam cometer um crime.

As autoridades classificaram na época os dois jovens como "potenciais imitadores de Action Directe", em referência a um grupo de extrema-esquerda que atuou na França nos anos 1980.

Durante seu julgamento, Dekhar, que na época tinha 33 anos, havia tentado convencer o tribunal de que era um agente da Segurança militar argelina que tinha a missão de se infiltrar na esquerda-radical francesa com o objetivo de buscar conexões com islamitas na Argélia.

Segundo o procurador do caso, Dekhar tem "tendências para confabular", mas não tem nada de louco, de acordo com os especialistas psiquiátricos ouvidos na época.

Após sua saída da prisão, Dekhar não havia voltado a chamar a atenção e seu DNA não estava no sistema policial porque nesta época não existiam arquivos deste tipo. "Provavelmente estava no exterior", declarou o ministro do Interior.

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