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Suprema Corte dos EUA mantém restrições ao aborto em Kentucky

Lei exige que os médicos mostrem as imagens do ultrassom e descrevam o feto para as mulheres que quiserem passar pelo procedimento

Aborto: existe apenas uma clínica que pratica abortos neste estado de 4,5 milhões de habitantes (Michael Spooneybarger/Reuters)

Aborto: existe apenas uma clínica que pratica abortos neste estado de 4,5 milhões de habitantes (Michael Spooneybarger/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 16h11.

Última atualização em 9 de dezembro de 2019 às 16h12.

A Suprema Corte dos Estados Unidos manteve em vigor, nesta segunda-feira (9), uma lei do Kentucky que exige que os médicos mostrem a qualquer paciente que desejar abortar as imagens da ultrassonografia e que a façam ouvir os batimentos cardíacos do feto.

Esta lei foi aprovada em 2017 neste estado conservador do centro do país.

Detalhadamente, o texto exige que os médicos mostrem as imagens do ultrassom, descrevam o feto, seu tamanho e órgãos à paciente e a façam ouvir os batimentos cardíacos, se já forem detectáveis - ainda que manifestem sua oposição a receberem esta abordagem.

As autoridades do Kentucky justificaram a medida como a necessidade de obter um "consentimento informado" das mulheres antes de qualquer aborto induzido.

A única clínica que pratica abortos neste estado de 4,5 milhões de habitantes considerou que "impor a descrição de imagens médicas a uma paciente contra sua vontade" não cumpria este objetivo, além de violar o direito à liberdade expressão dos médicos.

A ativa organização de defesa dos direitos civis ACLU, que apoiou a clínica, disse estar "extremamente decepcionada" com a decisão da Suprema Corte.

O tribunal "valida a interferência política extrema na relação entre o médico e sua paciente", disse a advogada Alexa Kolbi-Molinas.

A Suprema Corte americana legalizou em 1973 o direito ao aborto, mas ainda existe uma forte oposição em parte da sociedade americana, especialmente no sul e no centro religioso do país.

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