Suplicy reclama falta de convite para reunião com Lula
Na mensagem de duas folhas, disparada por e-mail com o timbre do Senado, Suplicy diz que seus eleitores perguntam por que Lula não quer conversar com ele
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2011 às 22h26.
Brasília - Colocado de escanteio pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou uma carta para Lula reclamando por não ter sido convidado para a reunião com os pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo, na segunda-feira. Na mensagem de duas folhas, disparada por e-mail com o timbre do Senado, Suplicy diz que seus eleitores perguntam por que Lula não quer conversar com ele.
"Na última segunda-feira, quatro dos cinco pré-candidatos do PT a prefeito de São Paulo foram recebidos por você", escreveu o senador, numa referência ao ministro da Educação, Fernando Haddad, à senadora Marta Suplicy - sua ex-mulher - e aos deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Em tom magoado, Suplicy prosseguiu: "Você está consciente que há cinco pré-candidatos, inclusive eu, que fomos convidados a dialogar com todos os filiados (...)."
Padrinho da pré-candidatura de Haddad, Lula chamou para um tête-à-tête os postulantes petistas à cadeira de Gilberto Kassab (PSD), há quatro dias, na tentativa de criar um clima de cordialidade e não parecer que estava impondo um nome. Para afagar Marta, de quem espera a desistência do páreo, o ex-presidente disse que ela era "fundamental" para o governo no Senado.
Em mais de um trecho da carta a Lula, no entanto, Suplicy não escondeu a indignação por não ter chamado para aquele encontro. Lembrou sua história de "colaboração leal" ao PT desde 1980, ano da fundação do partido, e bateu na tecla de que "naturalmente" seus eleitores estranharam a falta do convite. "Por alguma razão não explicada a mim, (você) preferiu não me convidar para dialogar, muito embora saiba que, de todos os nomes do PT ao longo dos nossos 31 anos, o que teve maior proporção de votos, no município de São Paulo, na última eleição para o Senado (...), tenha sido eu, com 51,37% dos votos", insistiu o senador, em alusão à disputa de 2006.
Suplicy enviou o e-mail ao ex-presidente no dia em que fez uma palestra na Universidade de Direito de Buenos Aires sobre seu tema preferido: renda básica de cidadania. Ele reclamou por não conseguir agendar uma visita ao ex-presidente nem mesmo para conversar sobre a experiência do programa de transferência de renda na África.
No último parágrafo, o senador defendeu, mais uma vez, a eleição direta no PT, com voto dos filiados, para a escolha do candidato à Prefeitura. Embora diga publicamente não ver problema nisso, Lula trabalha nos bastidores para evitar a disputa interna, sob o argumento de que esse embate mais atrapalha do que ajuda. Antes de se despedir com um "abraço sempre amigo", Suplicy garantiu, na carta a Lula, que apoiará "com entusiasmo" quem for o candidato do PT à sucessão de Kassab.
Brasília - Colocado de escanteio pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou uma carta para Lula reclamando por não ter sido convidado para a reunião com os pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo, na segunda-feira. Na mensagem de duas folhas, disparada por e-mail com o timbre do Senado, Suplicy diz que seus eleitores perguntam por que Lula não quer conversar com ele.
"Na última segunda-feira, quatro dos cinco pré-candidatos do PT a prefeito de São Paulo foram recebidos por você", escreveu o senador, numa referência ao ministro da Educação, Fernando Haddad, à senadora Marta Suplicy - sua ex-mulher - e aos deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. Em tom magoado, Suplicy prosseguiu: "Você está consciente que há cinco pré-candidatos, inclusive eu, que fomos convidados a dialogar com todos os filiados (...)."
Padrinho da pré-candidatura de Haddad, Lula chamou para um tête-à-tête os postulantes petistas à cadeira de Gilberto Kassab (PSD), há quatro dias, na tentativa de criar um clima de cordialidade e não parecer que estava impondo um nome. Para afagar Marta, de quem espera a desistência do páreo, o ex-presidente disse que ela era "fundamental" para o governo no Senado.
Em mais de um trecho da carta a Lula, no entanto, Suplicy não escondeu a indignação por não ter chamado para aquele encontro. Lembrou sua história de "colaboração leal" ao PT desde 1980, ano da fundação do partido, e bateu na tecla de que "naturalmente" seus eleitores estranharam a falta do convite. "Por alguma razão não explicada a mim, (você) preferiu não me convidar para dialogar, muito embora saiba que, de todos os nomes do PT ao longo dos nossos 31 anos, o que teve maior proporção de votos, no município de São Paulo, na última eleição para o Senado (...), tenha sido eu, com 51,37% dos votos", insistiu o senador, em alusão à disputa de 2006.
Suplicy enviou o e-mail ao ex-presidente no dia em que fez uma palestra na Universidade de Direito de Buenos Aires sobre seu tema preferido: renda básica de cidadania. Ele reclamou por não conseguir agendar uma visita ao ex-presidente nem mesmo para conversar sobre a experiência do programa de transferência de renda na África.
No último parágrafo, o senador defendeu, mais uma vez, a eleição direta no PT, com voto dos filiados, para a escolha do candidato à Prefeitura. Embora diga publicamente não ver problema nisso, Lula trabalha nos bastidores para evitar a disputa interna, sob o argumento de que esse embate mais atrapalha do que ajuda. Antes de se despedir com um "abraço sempre amigo", Suplicy garantiu, na carta a Lula, que apoiará "com entusiasmo" quem for o candidato do PT à sucessão de Kassab.