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Supercomitê para reduzir déficit terá nova disputa nos EUA

Democratas e republicanos já começaram a indicar os membros que vão decidir os novos cortes no orçamento

Barack Obama: mais uma batalha política nos EUA  (The White House)

Barack Obama: mais uma batalha política nos EUA (The White House)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2011 às 17h59.

Washington - A designação dos seis representantes republicanos ao supercomitê encarregado de reduzir o déficit e dos três democratas, por enquanto, indica a reedição do confronto político que levou recentemente os Estados Unidos à beira da moratória.

À frente do supercomitê bipartidário estão dois congressistas experientes:

Jeb Hensarling, presidente da conferência republicana da Câmara de Representantes, e Patty Murray, presidente do comitê de campanha democrata no Senado.

O comitê formado por 12 membros, dos quais ainda falta o trio indicado pela líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, deverá aprovar até o dia 23 de novembro uma proposta para cortar o gasto público entre US$ 1,2 trilhão e US$ 1,5 trilhão na próxima década.

Pelo acordo alcançado no último minuto do dia 2 de agosto entre o Congresso e a Casa Branca, o supercomitê precisa encontrar pontos em comum, se não aprovar um plano até a data será ativado um mecanismo automático que faria cortes na defesa e nos programas sociais, pontos-chaves para ambos os grupos.

Apesar de republicanos e democratas estarem conscientes e de acordo sobre a necessidade de reduzir o avultado déficit do país, os republicanos conseguiram eliminar das negociações a alta de impostos, o que consideram danosa à recuperação econômica e à geração de emprego.

Os democratas fizeram um chamado ao compromisso, como tem pedido a Casa Branca, mas reconheceram a dificuldade que tem pela frente e admitem que o maior perigo é a inércia.

"Não vai ser fácil. Nosso desafio é encontrar pontos comuns sem prejudicar os princípios de nenhum dos dois lados (...) Os americanos querem que o Governo federal se sacrifique sem a agitação partidária dos últimos meses", disseram os senadores John Kerry, Max Baucus e Patty Murray em nota conjunta.

No entanto, os dardos não demoraram a aparecer. O presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, indicou que a nomeação de Murray é "uma prova que os democratas não são sérios com relação à redução do déficit", já que a prioridade é a "arrecadação de fundos e a política".


Entre os republicanos figuram pesos pesados como Dave Camp, presidente do Comitê de Meios e Recursos da Câmara, e Fred Upton, presidente do Comitê de Comércio e Energia. No grupo dos estreantes está o senador Rob Portman, porém com ampla experiência à frente do Escritório de Orçamentos do ex-presidente George W. Bush.

Na lista ainda o senador Pat Toomey, membro da ala mais conservadora do partido, o Tea Party, que chegou neste ano ao Senado e votou contra o acordo da elevação do teto da dívida.

Do lado democrata, Kerry e Baucus, presidentes respectivamente dos comitês de Relações Exteriores e do de Finanças do Senado, também são nomes importantes dentro do partido e defensores de programas sociais, por isso que é esperado um caloroso debate.

No mesmo dia em que começam a ser conhecidos os nomes do supercomitê, o presidente Barack Obama reunia-se na Casa Branca com o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke.

A complicada negociação para elevar o teto de dívida que se prolongou durante semanas evitou a declaração de moratória dos Estados Unidos, mas não conseguiu acalmar as dúvidas sobre a capacidade de Washington para colocar as contas em ordem.

Na última sexta-feira, apenas quatro dias após o fechamento do acordo em duas fases, incluindo a designação do supercomitê, a agência de classificação de crédito Standard & Poors rebaixou pela primeira vez na história a nota da dívida dos EUA de AAA para AA+ por considerar insuficiente o plano de corte.

Diante da incerteza gerada nos mercados e depois de uma "segunda-feira negra" em Wall Street, o Federal Reserve anunciou na terça-feira que dada às perspectivas econômicas, "piores do que as previstas", manteria as taxas de juros abaixo de 0,25% até a metade de 2013 em uma tentativa de estimular a economia.

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