O diretor do gabinete de Relações Exteriores da Suécia, Frank Belfrage: ele se reuniu com o embaixador do Equador (Michal Cizek/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 09h34.
Estocolmo - A Suécia recordou na noite de quinta-feira ao embaixador do Equador os princípios fundamentais de seu sistema judicial, afirmou nesta sexta-feira a chancelaria sueca, depois da decisão de Quito de conceder asilo político ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange.
"O diretor de gabinete do ministério, Frank Belfrage, se reuniu com ele e disse o que pensávamos", declarou à AFP um porta-voz do ministério, Mats Samuelson.
"Informamos de novo ao embaixador do Equador sobre os princípios de nosso sistema judicial independente. E rejeitamos alegações infundadas", indicou, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bidlt, em sua conta no Twitter.
Na véspera, o Equador concedeu asilo a Assange, refugiado na embaixada do país em Londres, por considerar que existem riscos para sua integridade e sua vida em consequência das revelações feitas no site Wikileaks, segundo o chanceler Ricardo Patiño.
A Suécia convocou o embaixador equatoriano por considerar "inaceitável que o Equador queira deter o processo judicial sueco e a cooperação judicial europeia", segundo declarou à AFP o porta-voz do Ministério sueco das Relações Exteriores, Anders Jörle.
Patiño disse que "o Equador consultou sobre a possibilidade de o Governo sueco estabelecer garantias de que Assange não seria extraditado depois aos Estados Unidos", mas que "o Governo sueco rejeitou qualquer compromisso neste sentido".
Quito aceitou os argumentos de Assange, que denuncia uma perseguição política de vários países, principalmente dos Estados Unidos, devido à divulgação de centenas de milhares de comunicados diplomáticos e documentos de Washington sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
"Caso aconteça uma extradição para os Estados Unidos, o senhor Assange não terá um julgamento justo, poderá ser julgado por tribunais especiais ou militares e não é inverossímil que receba um tratamento cruel e degradante, e que seja condenado à prisão perpétua ou à pena capital, sem que seus direitos humanos sejam respeitados", disse Patiño.