Mundo

Sudão e Sudão do Sul não conseguem acordo bilateral

O Conselho de Segurança havia ameaçado, em abril, aplicar sanções contra as duas nações caso elas não chegassem a um consenso

Sudanês armado: o canal de televisão catariano Al Jazeera informou na semana passada que o Sudão rejeitou proposta do Sul (Getty Images)

Sudanês armado: o canal de televisão catariano Al Jazeera informou na semana passada que o Sudão rejeitou proposta do Sul (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 18h06.

Juba - O prazo que o Conselho de Segurança da ONU deu ao Sudão e ao Sudão do Sul para conseguirem um acordo bilateral em assuntos como o petróleo e a segurança expirou nesta quinta-feira sem acordo, o que abre a possibilidade para sanções internacionais contra ambos os países.

O Conselho de Segurança havia ameaçado, em abril, aplicar sanções contra as duas nações caso elas não chegassem a um consenso sobre os temas colocados no plano de paz da União Africana, feito depois da breve ocupação, por parte do Sudão do Sul, da região petrolífera de Heglig, o que provocou bombardeios de seu vizinho do norte.

"Oferecemos ao Sudão US$8,2 bilhões em dinheiro e em perdão da dívida" para ajudar na busca de uma solução, disse à imprensa o porta-voz do governo sul-sudanês, Barnaba Marial Benjamin, ao retornar de uma viagem pelo Zimbábue e Angola, onde informou a esses países sobre a postura do governo de Juba.

"Fizemos isso para que quando se adote uma resolução no Conselho de Segurança da ONU não sejamos as vítimas", acrescentou.

O canal de televisão catariano Al Jazeera informou na semana passada que o Sudão rejeitou a proposta do Sul - que declarou sua independência em julho de 2011 - sob o argumento de que pretendia chegar a um acordo sobre segurança antes de um sobre petróleo.

O negociador-chefe sul-sudanês, Pagam Amum, propôs elevar a tarifa de passagem do petróleo proveniente do Sudão do Sul pelo território vizinho de um dólar por barril a dez dólares, embora Cartum queira que esse número seja de 36 dólares.

O Sudão do Sul interrompeu em janeiro sua produção de petróleo (que até agora só pode ser exportado através do Sudão) e acusou o Sudão de estar manipulando as quantidades para cobrar 80 dólares por barril.

O porta-voz de Juba acusou o presidente sudanês, Omar Hassan al Bashir, de ser um obstáculo para a paz nas negociações. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaONUSudãoViolência urbana

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano