Fome: a taxa de escassez de alimentos no Sudão do Sul dobrou desde o ano passado (Gety Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 12h29.
Juba - Um total de 3,6 milhões de sul-sudaneses estão em risco de sofrer escassez de alimentos devido às más colheitas, consequência da grave situação de segurança em muitas áreas, o que poderia provocar uma crise de fome o próximo ano, advertiu o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA).
Segundo comunicado da PMA divulgado nesta segunda-feira, o número de pessoas em risco de sofrer escassez de alimentos poderia chegar aos 4,6 milhões entre janeiro e abril do ano que vem, e inclusive "aumentar dramaticamente" entre maio e julho, caso não seja enviada ajuda humanitária urgente.
A organização acrescentou que "a taxa de escassez de alimentos no Sudão do Sul dobrou desde o ano passado".
Segundo o programa das Nações Unidas, a situação de insegurança no Sudão do Sul "contribuiu para dificultar o movimento do comércio em várias áreas do país".
No dia 7 de novembro, a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), afirmou que 3,7 milhões de pessoas estão passando fome no Sudão do Sul.
A agência explicou que o número de pessoas que sofrem de escassez de alimentos severa aumentou em um milhão em um ano, chegando a 31% da população.
O conflito no Sudão do Sul explodiu em dezembro de 2013, após o presidente Salva Kiir, da etnia dinka, denunciar uma suposta tentativa de golpe de Estado liderada por seu vice-presidente, Riek Machar, o que desencadeou um conflito étnico entre comunidades.
Várias organizações humanitárias advertiram, além disso, sobre o perigo de deterioração da frágil situação no país.
No dia 30 de novembro, uma delegação do Comitê de Direitos Humanos da ONU para o Sudão do Sul alertou que tinha detectado indícios de limpeza étnica no país e pediu a intervenção da comunidade internacional para que não se repita o genocídio de Ruanda.