Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, chega a Tribunal de NY (Nicholas Kamm/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2012 às 17h09.
Lille - O ex-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn foi interrogado nesta segunda-feira por três juízes sobre sua suposta participação em um caso de prostituição na cidade de Lille, no norte da França, pelo qual poderá ser formalmente investigado.
O ex-ministro das Finanças da França -que era um forte concorrente a disputar a Presidência de seu país até ser acusado de agressão sexual em Nova York em maio passado- compareceu ao tribunal de Lille dois dias antes do marcado, embora nenhuma razão oficial tenha sido dada para a mudança na data.
O Ministério Público de Lille informou que a audiência a portas fechadas começou na tarde de segunda-feira e provavelmente seguiria até a noite.
Strauss-Kahn passou de político altamente respeitado a uma personalidade criticada na mídia mundial depois que a funcionária de um hotel de Nova York o acusou de tentativa de estupro. As acusações foram retiradas depois que os promotores consideraram o testemunho da funcionária não confiável.
Mas Strauss-Kahn sofreu uma nova acusação de agressão sexual na França e na quarta-feira seus advogados estarão em um tribunal do Bronx combatendo uma ação civil aberta contra ele pela funcionária do hotel.
O caso de Lille envolve acusações de que uma rede de prostituição organizada por sócios de Strauss-Kahn abasteciam clientes no Hotel Carlton da cidade.
Strauss-Kahn nega as acusações, argumentando que ele não sabia que as mulheres que ele conheceu nas festas organizadas pelos parceiros comerciais em Lille, Paris e Washington eram prostitutas.
Strauss-Kahn tem buscado recuperar sua reputação como economista participando de conferências internacionais, mas cancelou a apresentação em um evento em Bruxelas na terça-feira depois de protestos feitos por membros do Parlamento europeu.
No começo de março, ele teve de ser colocado em um carro de polícia depois de participar de um evento da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, para escapar de um protesto organizado por ativistas pelos direitos das mulheres.
Os investigadores podem colocar Strauss-Kahn sob investigação formal sob suspeita de cumplicidade na operação de proxeneta, ou por ter se beneficiado de recursos impróprios de empresas, caso tenha participado de sessões de prostituição pagas por seus amigos executivos.