SP debaterá 'soluções verdes' com prefeitos mundiais
Prefeitos e representantes de 47 cidades do mundo todo vão debater projetos relacionados com meio ambiente no evento chamado C40
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2011 às 08h20.
São Paulo - A cidade de São Paulo receberá na próxima semana prefeitos e representantes de 47 cidades de todo o mundo para discutir projetos relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas. A chamada C40, evento composto por plenárias e sessões de debate permitirá às administrações das cidades discutir soluções para problemas ambientais e ver como outras prefeituras do mundo estão lidando com os mesmos assuntos.
Segundo dados da organização da C40, as cidades ocupam apenas 2% das terras do planeta, mas concentram a maioria da população mundial e respondem por mais de 70% das emissões de gases causadores do efeito estufa. "As cidades sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, como a alteração no volume de chuvas, que podem causar enchentes e secas", explica Miguel Bucalem, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo. "Por isso é importante aprender a se adaptar a essas mudanças."
De 31 de maio a 3 de junho, estarão na capital paulista os prefeitos de Nova York, Michael Bloomberg, e Buenos Aires, Maurício Macri, além de prefeitos e representantes de várias outras cidades. O Brasil será representado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Curitiba, Luciano Ducci. Outras personalidades mundiais, como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, e líderes ambientalistas também participarão da C40.
Vitrine
A Prefeitura de São Paulo usará o evento como uma vitrine internacional para seus projetos ligados à preservação do meio ambiente, como a inspeção veicular obrigatória, a construção de parques lineares e o programa de plantio de árvores. O destaque dessa vitrine são as usinas termelétricas instaladas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, desativados em 2005 e 2007, respectivamente, após chegar aos seus limites de estocagem de lixo. Hoje, o gás metano expelido nesses locais serve para a geração da energia que abastece 700 mil pessoas, o equivalente a 7% do consumo do município, segundo dados da prefeitura paulistana.
As prefeituras convidadas também vão mostrar na C40 como têm lidado com seus dilemas ambientais. Tóquio, por exemplo, está incentivando as empresas locais de energia a fornecerem 20% de energia renovável até 2020. Já Paris popularizou as estações de bicicleta, com aluguel a baixo custo e funcionamento 24 horas. A capital francesa também expandiu a rede de ciclovias para cerca de 400 quilômetros em uma década.
Durante a C40, está prevista a assinatura de um acordo entre o prefeito Gilberto Kassab e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, para o intercâmbio de técnicos das duas cidades e a troca de experiências. Segundo o secretário municipal de Relações Internacionais, Alfredo Cotait, a capital paulista tem interesse no projeto de "edifícios verdes" de Nova York, que estipula padrões de construção para reduzir o consumo de água e energia em novos prédios, segundo lei municipal de 2005. "Acho que é um bom caso para tentar aprender", disse Cotait, lembrando que São Paulo já exige sistemas solares para aquecimento de água em todos os prédios novos construídos desde 2007.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, acrescenta que outros programas poderão ser adotados a partir das discussões nas mesas-redondas já programadas para o evento. "Mas cada experiência (das outras prefeituras) tem de ser avaliada de acordo com a realidade local. Não se trata apenas de importar essas práticas. É preciso estudar."
Após as conferências da C40, a organização do evento vai preparar um documento relacionando as melhores práticas ambientais, que será encaminhado para os governos dos países e para a Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é que as cidades pincem algum dos programas apresentados até a próxima reunião das prefeituras, em 2013.
Quarta edição
A Cúpula C40, presidida atualmente por Bloomberg, ocorre a cada dois anos e está em sua quarta edição. A primeira ocorreu em Londres, em 2005, por iniciativa do então prefeito Ken Livingstone. Em seguida, foram realizadas as edições de Nova York (2007) e Seul (2009). Desde 2006, a C40 conta com apoio financeiro da organização de Bill Clinton para o meio ambiente (CCI, na sigla em inglês).
No mês passado, as duas instituições anunciaram uma aproximação ainda maior, com o objetivo de ampliar o número de cidades membros e também aumentar o orçamento conjunto, que gira em torno de US$ 15 milhões anuais, segundo o jornal The New York Times. A quantia é destinada ao financiamento de projetos de combate às mudanças climáticas.
São Paulo - A cidade de São Paulo receberá na próxima semana prefeitos e representantes de 47 cidades de todo o mundo para discutir projetos relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas. A chamada C40, evento composto por plenárias e sessões de debate permitirá às administrações das cidades discutir soluções para problemas ambientais e ver como outras prefeituras do mundo estão lidando com os mesmos assuntos.
Segundo dados da organização da C40, as cidades ocupam apenas 2% das terras do planeta, mas concentram a maioria da população mundial e respondem por mais de 70% das emissões de gases causadores do efeito estufa. "As cidades sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, como a alteração no volume de chuvas, que podem causar enchentes e secas", explica Miguel Bucalem, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo. "Por isso é importante aprender a se adaptar a essas mudanças."
De 31 de maio a 3 de junho, estarão na capital paulista os prefeitos de Nova York, Michael Bloomberg, e Buenos Aires, Maurício Macri, além de prefeitos e representantes de várias outras cidades. O Brasil será representado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Curitiba, Luciano Ducci. Outras personalidades mundiais, como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, e líderes ambientalistas também participarão da C40.
Vitrine
A Prefeitura de São Paulo usará o evento como uma vitrine internacional para seus projetos ligados à preservação do meio ambiente, como a inspeção veicular obrigatória, a construção de parques lineares e o programa de plantio de árvores. O destaque dessa vitrine são as usinas termelétricas instaladas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, desativados em 2005 e 2007, respectivamente, após chegar aos seus limites de estocagem de lixo. Hoje, o gás metano expelido nesses locais serve para a geração da energia que abastece 700 mil pessoas, o equivalente a 7% do consumo do município, segundo dados da prefeitura paulistana.
As prefeituras convidadas também vão mostrar na C40 como têm lidado com seus dilemas ambientais. Tóquio, por exemplo, está incentivando as empresas locais de energia a fornecerem 20% de energia renovável até 2020. Já Paris popularizou as estações de bicicleta, com aluguel a baixo custo e funcionamento 24 horas. A capital francesa também expandiu a rede de ciclovias para cerca de 400 quilômetros em uma década.
Durante a C40, está prevista a assinatura de um acordo entre o prefeito Gilberto Kassab e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, para o intercâmbio de técnicos das duas cidades e a troca de experiências. Segundo o secretário municipal de Relações Internacionais, Alfredo Cotait, a capital paulista tem interesse no projeto de "edifícios verdes" de Nova York, que estipula padrões de construção para reduzir o consumo de água e energia em novos prédios, segundo lei municipal de 2005. "Acho que é um bom caso para tentar aprender", disse Cotait, lembrando que São Paulo já exige sistemas solares para aquecimento de água em todos os prédios novos construídos desde 2007.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, acrescenta que outros programas poderão ser adotados a partir das discussões nas mesas-redondas já programadas para o evento. "Mas cada experiência (das outras prefeituras) tem de ser avaliada de acordo com a realidade local. Não se trata apenas de importar essas práticas. É preciso estudar."
Após as conferências da C40, a organização do evento vai preparar um documento relacionando as melhores práticas ambientais, que será encaminhado para os governos dos países e para a Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é que as cidades pincem algum dos programas apresentados até a próxima reunião das prefeituras, em 2013.
Quarta edição
A Cúpula C40, presidida atualmente por Bloomberg, ocorre a cada dois anos e está em sua quarta edição. A primeira ocorreu em Londres, em 2005, por iniciativa do então prefeito Ken Livingstone. Em seguida, foram realizadas as edições de Nova York (2007) e Seul (2009). Desde 2006, a C40 conta com apoio financeiro da organização de Bill Clinton para o meio ambiente (CCI, na sigla em inglês).
No mês passado, as duas instituições anunciaram uma aproximação ainda maior, com o objetivo de ampliar o número de cidades membros e também aumentar o orçamento conjunto, que gira em torno de US$ 15 milhões anuais, segundo o jornal The New York Times. A quantia é destinada ao financiamento de projetos de combate às mudanças climáticas.